Frases sobre viajar é algo que adoro ler! E não é difícil entender o motivo. Alguns textos tem o poder de nos influenciar e nos fazer refletir sobre algum assunto, não é verdade? Mas, não apenas textos, às vezes, apenas uma frase já é suficiente para causar reflexão.
Por isso, escolhemos 20 frases sobre viajar que vão dar um incentivo para você querer arrumar a mala e cair na estrada!
Pandemia ajudou a percebemos como as viagens são importantes
Durante a pandemia do coronavírus (covid-19) ficou difícil de viajar, mas a quarentena foi um bom momento para refletir sobre o que nos deixa feliz. Muitas pessoas perceberam que viajar era um dos momentos que mais lhe deixavam felizes. E que o valor gasto na viagem é o investimento que mais traz alegrias e boas lembranças.
Apesar da pandemia parecer não passar nunca, ela é apenas momentânea. Esse período impôs limitações a viagens internacionais, diminuiu a oferta de voos e alterou serviços turísticos. Entretanto, nada disso foi suficiente para diminuir a vontade de viajar.
Muitas pessoas aproveitaram a primeira oportunidade que tiveram e caíram na estrada. Mesmo, não sendo para o destino que haviam planejado anteriormente ou que foi necessário mudar a forma de visitar aquele local, já dá para sentir de novo o gostinho que é sair da sua cidade e visitar um lugar diferente.
Com o controle da pandemia, viagens nacionais e internacionais voltaram a ocorrer, mesmo que dentro de um “novo normal”. E os turistas poderão conhecer, sentir e experimentar tudo que um destino fascinante pode proporcionar a um viajante.
Por isso, leia as frases sobre viagem e se inspire, pensando nas viagens que você ainda poderá fazer.
Presentes para quem gosta de viajar
Se você tem um parente, amigo/a ou namorado/a que de viajar, vale a pena ver nosso texto sobre Presentes para quem gosta de viajar: dos criativos aos mais úteis. Nesse texto damos dicas de presentes de todos os preços e gostos para quem gosta de viajar. Desde itens básicos que são necessários em viagens, mas muita gente esquece de comprar, até itens mais criativos e diferentes.
Frases sobre Viajar
Um dia é preciso parar de sonhar e, de algum modo, partir. (Amir Klink)
2. Tenha histórias para contar, não coisas para mostrar.
3. Uma jornada de mil quilômetros começa com apenas um passo. (Lao Tzu)
4. “Viajar é a melhor forma de se perder e de se encontrar ao mesmo tempo” (Brenna Smith)
14. Quando chego de uma viagem, já penso na próxima.
Foto de: Moyan Brenn (CC BY)
15. Viajar é mais do que a visão de pontos turísticos, é a mudança que acontece, profunda e permanentemente, no conceito sobre o que é a vida. (Miriam Beard)
16. Ao invés de colecionar roupas, eu coleciono pores do sol pelo mundo.
17. Se não escalar a montanha, você nunca poderá apreciar a vista. (Pablo Neruda)
18. Uma vez por ano vá a um lugar que você nunca esteve antes. (Dalai Lama)
19. Um navio no porto é seguro, mas não é para isso que os navios foram feitos. (William Shedd)
20. Viajar te deixa sem fôlego, sem palavras, mas ao regressar, você se torna um contador de histórias. (Ibn Battuta)
As frases sobre viajar te incentivaram a querer arrumar a mala e sair pelo mundo? Então já comece a planejar sua próxima viagem! O planejamento deve ser feito a longo prazo, porque você precisa saber quanto precisará gastar e qual a melhor época do ano para viajar. E se quiser encontrar um(a) companheiro(a) para viajar com você, ainda é preciso conciliar férias.
Viajar pode ser uma atividade muito agradável e prazerosa para muita gente. Mas, você já pensou se ela te proporciona leveza ou peso? A questão da dicotomia leveza x peso é antiga e complexa.
Durante a pandemia do coronavírus (covid-19) as pessoas estão passando mais tempo em casa. Esse é um bom momento para refletir sobre vários assuntos e esse é um tema bem interessante para pensar. Saber como você se comporta em uma viagem lhe ajudará a compreender melhor a si mesmo e pode lhe ajudar a aproveitar mais intensamente a próxima viagem.
Leveza ou peso?
O que me levou a fazer essa reflexão de leveza x peso foi o livro A Insustentável leveza do Ser de Milan Kundera. A obra ganhou uma versão no cinema em 1988. Porém, é no livro que se tem uma reflexão mais profunda sobre o peso e a leveza.
Segundo Kundera “o mais pesado dos fardos nos esmaga” e completa “quanto mais pesado o fardo, mais próximo da terra está nossa vida e mais ela é real e verdadeira.
Por outro lado, “a ausência total de fardo faz com que o ser humano se torne mais leve que o ar, com que ele voe, se distancie da terra, do ser terrestre, faz com que ele se torne semi-real, que seus movimentos sejam tão livres quanto insignificantes.”
De acordo com o filósofo grego Parmênides, que viveu entre os séculos VI e V antes de Cristo, o mundo está dividido em dualidades ontológicas do ser, que seriam duplas de contrários.
Entre essa dualidade estão: luz e escuro, quente e frio, ser e não-ser, peso e leveza. Ele considera que um polo é positivo e o outro é negativo e o negativo é apenas a ausência do positivo. Para o grego, a luz, o quente, o ser e inclusive a leveza são polos positivos.
Milan Kundera usa referências como Parmênides e Nietzsche para fazer uma reflexão existencial sobre a leveza e o peso. Em sua obra, a leveza deriva da liberdade descompromissada e é algo positivo.
Isso depende muito de como você encara uma viagem. Se for uma viagem a trabalho, o peso estará muito mais presente do que a leveza, afinal você terá objetivos e metas a serem cumpridos.
Já uma viagem a turismo, as circunstâncias são muito diferentes, mas não necessariamente a viagem lhe trará leveza. Quanto mais objetivos você tiver, se obrigando a fazer todas as atividades que estão no roteiro, independente das eventualidades, mais peso a viagem terá. Já se você se permitir mudar planos e preocupar menos com certos problemas que ocorrerem, você viajará com mais leveza.
Nenhuma das duas extremidades são boas. Pois se viajar com peso demais, estará tão estressado, que as férias podem se tornar quase tão cansativas quanto o trabalho. Porém, se estiver completamente leve, problemas que aparecerem e você não der importância podem fazer seus gastos aumentarem, mudando completamente seu roteiro.
Entretanto, se as extremidades não são o ideal, também não é o equilíbrio o que a maioria das pessoas buscam com uma viagem. A leveza precisa preponderar! Viajar significa se desligar de alguns problemas e preocupações que são comuns em nosso cotidiano.
Em uma viagem não há horário certo para sair do hotel ou voltar. Por isso, você pode se desligar mais do relógio e se permitir desbravar mais uma localidade, chegando mais tarde ou voltando mais cedo para descansar.
Além disso, nenhum roteiro predefinido deve se tornar uma camisa de força. O que você viu antes da viagem que poderia ser interessante para 4 horas, pode valer a pena passar o dia inteiro ou pode ser substituído por algo mais atraente. Quanto mais flexível você for em relação a horários de dormir e acordar, refeições e costumes, com mais leveza você fará uma viagem.
E se você ainda não possui a leveza que queria dispor ao fazer uma viagem, não se preocupe. Isso é algo que vai se conquistando com o tempo. Quanto mais confiante, seguro e feliz se sentir ao fazer uma viagem, mais leveza terá no seu percurso.
E você, possui mais leveza ou peso ao realizar uma viagem? Compartilhe conosco nos comentários!
Imagine caminhar por ruelas estreitas onde cada parede parece ter mergulhado em um balde de tinta azul. Do tom clarinho que lembra o céu da manhã até aquele azul profundo que faz pensar no mar em dia de tempestade, Chefchaouen é um convite para se perder — literalmente e metaforicamente. Não é à toa que essa pequena cidade nas montanhas do norte do Marrocos conquistou o título de “cidade azul” e, de quebra, o coração dos viajantes.
Curiosamente, há uma década, Chefchaouen era praticamente desconhecida do grande público. Não estava nos roteiros tradicionais do Marrocos, muito menos nas listas de destinos imperdíveis. Foi só quando suas imagens começaram a circular pelo Instagram, com aquelas portas coloridas e ruelas azuladas que parecem cenário de filme, que a cidade ganhou fama internacional e entrou de vez no radar dos viajantes.
Mas Chefchaouen não é só cenário de cartão-postal. Ela tem alma. Entre as portas decoradas com ferragens antigas, os becos que parecem labirintos e os moradores que seguem sua vida tranquilamente em meio a tantos turistas, a cidade revela um equilíbrio raro: é ao mesmo tempo vibrante e serena, turística e autêntica.
Essa é a pergunta que mais se repete entre os visitantes de Chefchaouen. Há quem diga que foi uma tradição trazida por judeus sefarditas que se refugiaram na cidade, outros acreditam que o azul ajuda a espantar mosquitos, e há ainda quem prefira pensar que é apenas para lembrar o céu e, assim, aproximar as pessoas de Deus. A verdade é que ninguém sabe ao certo a origem, mas o resultado é inegável: a cidade virou um dos lugares mais fotogênicos da África.
Vale destacar que, apesar de Chefchaouen ter vários cantos pintados em azul, a parte em que as ruas inteiras exibem esse tom mágico é a medina, o centro histórico. É lá que estão os becos estreitos, as portas decoradas e os cenários mais bonitos. Naturalmente, também é o trecho mais cheio de turistas. Fora da medina, a cidade tem cores mais variadas e um ritmo bem menos turístico.
Beco decorado para tirar foto em troca de uma gorjeta
Como chegar a Chefchaouen
Chefchaouen não tem aeroporto nem estação de trem. Para chegar até a cidade azul, você terá basicamente duas opções:
Ir de ônibus, a maneira mais barata e usada também pelos locais. A principal empresa é a CTM, que costuma ter ônibus confortáveis e com ar-condicionado. Essa é a opção mais barata, porém menos prática
Fazer uma excursão bate e volta, que é o que a maioria dos turistas prefere. É mais prático, já que o transporte é direto, você não precisa se preocupar com horários. Entretanto, a maioria das excursões não inclui um guia, é apenas o trasporte.
Abaixo, veja como é chegar a Chefchaouen partindo das duas cidades turísticas próximas.
De Tânger para Chefchaouen
Tânger é o ponto de partida mais comum. A cidade fica a cerca de 115 km de distância, e a viagem de ônibus leva aproximadamente 2 horas e 30 minutos. Se optar por excursão, a viagem é ainda mais tranquila, já que o transporte é direto e o trajeto não é longo.
Saindo de Fez, são cerca de 200 km até Chefchaouen, com o ônibus levando em torno de 3h30min a 4 horas de viagem. É uma viagem longa, nós pegamos esse tour, apesar de um pouco cansativa, dá para encarar. mas Pode parecer longo, mas quem tem pouco tempo de viagem costuma encaixar esse bate e volta no roteiro, já que Fez é uma das bases mais visitadas do país.
A principal atração de Chefchaouen é, sem dúvida, a sua medina. É ali que estão as ruelas mais fotogênicas, com casas pintadas em dezenas de tons de azul que parecem mudar de cor conforme a luz do dia. Entrar na medina é como mergulhar em um verdadeiro labirinto, mas esse é justamente o charme: caminhar sem pressa, sem mapa e deixar-se surpreender a cada esquina.
Apesar de parecer confusa, não há motivo para preocupação. Como a medina fica em uma encosta, para sair basta seguir descendo — as ruas naturalmente vão se afunilando até chegar às saídas principais, onde ficam os pontos de encontro das excursões. Entre uma caminhada e outra, há alguns lugares que se destacam e merecem atenção especial:
Plaza Uta el-Hammam
Plaza Uta el-Hammam com o Kasbah à direita
É a praça central da medina e o coração da cidade azul. Cercada por cafés, restaurantes e lojinhas de artesanato, é o lugar perfeito para sentar e observar o vai e vem dos moradores e turistas. Esse é um bom local para você almoçar e a boa notícia é que os preços são menores que em Fez e Marrakech.
Kasbah
Kasbah é hoje um pequeno museu sem muitos atrativos
Bem ao lado da Plaza Uta el-Hammam está a Kasbah, uma antiga fortaleza construída no século XV para proteger a cidade. Por fora, suas muralhas vermelhas contrastam com o azul da medina. Lá dentro, você vai encontrar um pequeno museu etnográfico que a visitação dura cerca de 15 minutos. Como não há itens de grande destaque, muita gente acha que não vale a visita.
Grande Mesquita
Grande Mesquita de Chefchaouen – Foto: Andrzej Wójtowicz (CC BY-SA 2.0)
Com seu minarete octogonal, a mesquita chama atenção bem no centro da praça. A entrada é reservada apenas a muçulmanos, mas a beleza da construção por fora já vale a visita. Ela também serve como ponto de referência para quem se perde pelas ruelas da cidade.
Praça Bab El-Sor
Praça Bab El-Sor fica um pouco escondida
Menos conhecida que a Plaza Uta el-Hammam, a Praça Bab El-Sor é um espaço mais tranquilo, perfeito para dar uma pausa durante a caminhada pela medina. Cercada por muros históricos e com vista para parte das montanhas, ela oferece um contraste interessante com o movimento intenso da praça principal. É um bom lugar para sentir a cidade de forma mais serena e observar o cotidiano dos moradores longe do fluxo de turistas.
As ruelas azuis
As ruas e becos azuis são as partes mais interessantes de Chefchaouen
Não há como negar: o grande charme de Chefchaouen está em se perder pelas vielas da medina. Portas pintadas à mão, janelas floridas, escadarias coloridas… A medina é amplas, com muitas vielas, então você consegue encontrar vários locais mais vazios, entretanto para fugir das multidões nos locais mais cheios, a dica é explorar logo cedo ou no final da tarde, quando os grupos de excursão já foram embora.
Lojas e artesanato
Lojas de artesanato pelas ruas da medina da Cidade Azul do Marrocos
As lojinhas espalhadas pela medina são uma atração à parte. Você vai encontrar mantas, cerâmicas, roupas típicas e tapetes que dão um colorido extra às ruas. Mesmo que não compre nada, vale a pena entrar, conversar com os vendedores e observar como os produtos são feitos.
Onde ficar em Chefchaouen
A grande maioria dos turistas visita Chefchaouen em uma excursão de um dia, chegando no fim da manhã e indo embora no final da tarde. Isso faz com que a cidade fique bastante movimentada nesses horários, principalmente dentro da medina. Já no começo da manhã e depois que as excursões partem, a cidade fica incrivelmente tranquila — e esses são os melhores momentos para caminhar sem pressa e fotografar as ruelas azuis quase desertas.
Se você tiver tempo, vale a pena dormir uma noite em Chefchaouen para aproveitar esse contraste. A experiência de acordar cedo e ter a medina praticamente só para você é algo que transforma a visita.
Chefchaouen, cidade azul Marrocos
Hospedar-se dentro da medina da Cidade Azul
Ficar dentro da medina é a escolha de quem quer mergulhar totalmente no clima azul da cidade. Os riads e pequenos hotéis são charmosos, com pátios internos e terraços de onde se tem vista para as montanhas. A vantagem é estar no coração da cidade, a poucos passos das principais atrações. A desvantagem é que as ruelas são estreitas, e não há como chegar de carro até a porta do hotel — é preciso caminhar um pouco com a bagagem.
Medina de Chefchaouen – Foto: Unsplash / Heidi Kaden
Quem busca mais tranquilidade e conforto pode se hospedar fora da medina. Nessa área estão hotéis e pousadas que costumam oferecer vistas panorâmicas da cidade azul, além de comodidades como estacionamento, uma grande vantagem para quem viaja de carro. O acesso à medina é simples, seja a pé ou de táxi, mas vale lembrar que essa é a escolha de uma minoria dos visitantes, o que faz com que as opções de hospedagem sejam mais limitadas em comparação ao centro histórico.
Chefchaouen possui alguns poucos hotéis fora da medina – Foto: Pixabay
Agora que você já sabe tudo da cidade azul do Marrocos, veja nossos outros textos sobre o país.
Temos um post completíssimo sobre o que fazer em Marrakech, com sugestões que vão além do óbvio, passando pelos souks, palácios e experiências sensoriais da cidade. Também contamos tudo sobre o que fazer em Rabat, a capital muitas vezes ignorada pelos roteiros, mas cheia de charme e história.
E se o seu plano inclui colocar os pés na areia do Saara, não deixe de conferir como é o tour ao Deserto de Merzouga, onde explicamos em detalhes o que esperar da experiência. Para quem busca algo mais rápido e acessível, temos ainda dicas sobre os passeios no Deserto de Agafay, uma opção a poucos quilômetros de Marrakech.
Praça Jemaa el-Fna, na Medina, é o coração de Marrakech
Viajar para Marrakech é mergulhar de cabeça em um universo sensorial. Sons, aromas, cores e sabores se misturam em uma dança vibrante que pode ser fascinante… ou um tanto quanto confusa, principalmente na primeira visita. E acredite: escolher bem onde ficar em Marrakech é metade do caminho para aproveitar a cidade com mais tranquilidade (e sanidade!).
A cidade é dividida, basicamente, entre o antigo e o novo. De um lado, a Medina, com suas ruelas tortuosas, riads charmosos e aquele clima de mil e uma noites. Do outro, bairros modernos como Gueliz e Hivernage, com avenidas largas, lojas de grife e hotéis que poderiam estar em qualquer capital europeia. Ou seja, a experiência de hospedagem muda completamente dependendo da região que você escolher.
Se você estiver planejando sua viagem por conta própria e já abriu dezenas de abas com hotéis, riads, resorts e casas de hóspedes… calma, respira. Neste texto, vou te mostrar os principais bairros de Marrakech para se hospedar, com prós, contras e sugestões de hospedagem para diferentes estilos e bolsos. Tudo para te ajudar a encontrar o lugar ideal nessa cidade que parece saída de um livro de histórias.
Então, bora descobrir qual canto de Marrakech combina mais com você? Porque, cá entre nós, uma boa escolha de hospedagem pode transformar uma viagem intensa em uma experiência inesquecível ou atrapalhar a experiência.
Medina de Marrakech: para quem quer se perder (e se encontrar) no coração da cidade
Se você digitar “onde ficar em Marrakech” no Google, pode apostar que a Medina vai aparecer logo nas primeiras recomendações. E com razão! Essa é a parte mais antiga da cidade, onde tudo acontece: os souks (mercados tradicionais), a famosa Praça Jemaa el-Fna, os palácios históricos e aquela confusão organizada que a gente aprende a amar ou continua odiando até o final da viagem. Se você quer viver Marrakech intensamente, este é o lugar para ficar.
Por que escolher a Medina?
Se hospedar na Medina é como dormir dentro de um cartão-postal em movimento. Você acorda com o chamado à oração ecoando das mesquitas, toma café da manhã num terraço com vista para os telhados cor de terracota e, em poucos minutos, já está mergulhado no labirinto das ruelas estreitas, onde cada esquina revela uma nova surpresa — ou um vendedor tentando negociar algo que você nem sabia que queria comprar.
Mas nem tudo são flores… ou melhor, tâmaras. A Medina tem um charme caótico que encanta, mas também exige um pouco de jogo de cintura, os vendedores insistentes podem tirar o sossego de algumas pessoas. Além disso, as ruas são muito estreitas, por isso os táxis não entram. Isso significa que, na chegada, você provavelmente vai ter que caminhar com a mala do portão da Medina até o riad. Alguns hotéis oferecem ajuda com bagagem, então vale checar com antecedência.
Medina de Marrakech possui muitas ruas estreitas
Outro ponto importante: depois das 21h, quando as lojas dos souks começam a fechar, as ruelas da Medina vão ficando cada vez mais desertas. Caminhar sozinho por ali, especialmente após as 22h, pode não ser a melhor ideia, principalmente se o seu hotel estiver mais escondido. Como os táxis não deixam na porta, evite retornar muito tarde. A boa notícia? Marrakech não é exatamente conhecida por sua vida noturna. Bares são raros e, fora alguns restaurantes, dificilmente há grandes motivos para esticar a noite.
Ah, e se você pretende fazer passeios bate-volta para outras cidades, como Essaouira, Ouarzazate ou os desertos, já se prepare: as vans normalmente não entram na Medina. O ponto de encontro costuma ser do lado de fora, em locais como a praça principal ou portões de acesso. Ao contratar o tour, você coloca seu hotel e aparecerá o ponto de embarque mais próximo. Se quiser conferir algumas boas opções de passeios e valores, clique aqui: veja tours em Marrakech.
O que é um riad? Vale a pena se hospedar em um?
A maioria das hospedagens dentro da Medina são riads, e se você nunca ouviu falar nisso, vale entender do que se trata. Um riad é uma antiga casa marroquina tradicional, geralmente com dois ou três andares organizados ao redor de um pátio interno — que costuma ter uma fonte ou jardim, e às vezes até uma piscina. É um tipo de hospedagem cheio de charme, com decoração típica, mosaicos coloridos, arcos esculpidos e uma atmosfera que te transporta direto para um conto das Mil e Uma Noites.
Riad que me hospedei em Fez
Mas por que escolher um riad ao invés de um hotel comum?
Para começar, os riads oferecem uma experiência mais autêntica. Você sente que está vivendo a cidade de verdade, não apenas visitando. E apesar de todo esse clima exótico e instagramável, os preços costumam ser mais acessíveis do que os hotéis convencionais. Muitas vezes, você se hospeda num lugar belíssimo, com atendimento personalizado, por um valor bem mais em conta do que pagaria em um hotel 3 ou 4 estrelas.
Outro ponto interessante é que os quartos dos riads nunca têm janelas para a rua, apenas para o pátio interno. Isso significa que você dificilmente vai ouvir buzinas, ou o falatório das vielas — sons típicos da Medina. O que pode acontecer, em alguns casos, são barulhos internos, como passos, vozes ou sons vindos do próprio pátio. Mas, sinceramente? Eu me hospedei em alguns riads durante minha viagem pelo Marrocos e, em nenhum deles, o barulho foi um problema. Dormi super bem em todos e olha que o barulho me atrapalha.
Agora, vale um alerta: como os riads são casas adaptadas, nem sempre têm estrutura de hotel. A maioria não têm elevador, outros não funcionam 24h, e o acesso pode ser complicado se estiver com muita bagagem. Mas tudo isso faz parte da experiência — e, se você gosta de hospedagens com personalidade, vai se apaixonar.
Onde ficar em Marrakech: MEDINA
Para te ajudar a decidir onde ficar em Marrakech, agora vamos mostrar opções de hotéis e riads bem localizados na Medina.
Se a ideia é aliar localização central com muito conforto, a Medina oferece excelentes riads. O Riad Al Rimal & Spa é um dos mais elogiados da região: decoração moderna, piscina e localização estratégica, próximo da Praça Jemaa el-Fna. Outra escolha de destaque é o Palais Riad Lamrani, que combina decoração tradicional com uma ampla piscina interna, perfeita para se refrescar nos dias mais quentes. Já o Riyad Lion Rouge aposta em um visual contemporâneo e fica bem no coração da Medina. Todas essas opções oferecem transfer de chegada e saída para o aeroporto.
Custo-benefício
Riad Trésor possui bons serviços e preços – Foto: divulgação
Se o objetivo é encontrar um bom equilíbrio entre preço e conforto, a boa notícia é que não faltam alternativas. Hospedar-se num raio de até 350 metros da Praça Jemaa el-Fna é uma ótima pedida, há uma área onde as ruas são mais largas e é mais fácil circular ou pegar transporte. Nesse região, o Riad El Habib se destaca com sua decoração tradicional e piscina no terraço. O Riad Trésor Marrakech, mais simples e econômico, também conta com piscina e localização prática. Para quem prefere ficar mais ao centro da Medina, o Riad Baba Ali combina decoração moderna, piscina e um ótimo custo-benefício. Todos oferecem transfer de/para o aeroporto.
Econômicos
O terraço costuma ser a parte mais interessante dos riads na medina – Foto: divulgação Hotel Central Palace
Para quem quer economizar, a Medina também tem opções mais acessíveis, mas é importante lembrar que nem todos os estabelecimentos são voltados para turistas estrangeiros, e alguns podem ter menos estrutura ou equipe que fale inglês. Próximo à Praça Jemaa el-Fna, o Riad N10 e o Hotel Central Palace são boas escolhas e têm avaliações positivas. Já no meio da Medina, oRyad El Borj se destaca por sua decoração caprichada, piscina e serviço de transfer.
Gueliz: o lado moderno (e mais organizado) de Marrakech
Se a Medina é um mergulho no passado, Gueliz é onde Marrakech veste roupa de cidade moderna e respira um pouco de urbanidade. Estamos falando de um bairro planejado pelos franceses durante o período do protetorado, com ruas largas, calçadas de verdade, cafés estilosos, lojas de marcas internacionais e hotéis que lembram mais o que estamos acostumados a ver em cidades europeias.
É o tipo de lugar que agrada quem prefere mais conforto e praticidade do que aventura e exotismo. Aqui o trânsito flui melhor, os táxis circulam com facilidade, e você consegue chegar na porta do hotel sem arrastar a mala por vielas confusas. Além disso, é uma região com boa oferta de restaurantes, supermercados e shoppings. Para quem viaja com crianças, por exemplo, pode ser uma escolha mais tranquila.
Praça Guéliz é muito agradável e totalmente diferente da região da Medina – Foto: Google Street View
Vantagens de ficar em Gueliz
Acesso fácil a táxis
Ruas bem sinalizadas e ambiente mais organizado
Hospedagens com estrutura de hotel tradicional
Boa oferta de restaurantes, cafés, lojas e serviços
Mais sossego para quem não quer o caos da Medina
E os contras de se hospedar em Gueliz?
A principal desvantagem é estar mais distante das atrações turísticas principais, como os souks, os palácios e a praça Jemaa el-Fna. Dá para ir de táxi em 10 a 15 minutos, mas você perde aquela sensação de imersão total na cultura marroquina. Se você gosta de sair caminhando para explorar, talvez Gueliz pareça “neutra” demais. Mas, para muita gente, esse respiro é bem-vindo.
Onde se hospedar em Marrakech: GUELIZ
Se você está em dúvida sobre onde ficar em Marrakech, veja agora onde se hospedar em Gueliz, começando pelas melhores opções.
Conforto
Radisson Blu fica dentro do shopping Eden Square – Foto: divulgação
Se você busca padrões internacionais, Gueliz oferece ótimas opções. O Radisson Blu Marrakech Carré Eden é o mais conceituado, localizado dentro do shopping Eden Square, a poucos quarteirões da Praça Guéliz e a 2,5 km da Jemaa el-Fna (foto de capa). Outra ótima escolha é o Fashion Boutique Hotel, menor e muito bem avaliado, com spa, restaurante e piscina no terraço. Fica igualmente próximo à Praça Guéliz, mas em outra avenida.
Custo-benefício
2Ciels Boutique Hôtel possui piscina de borda infinita no rooftop – Foto: divulgação
Para quem quer unir preço justo e conforto, o 2Ciels Boutique Hôtel é excelente: tem spa, piscina no terraço e dois restaurantes. Já o Ari Boutique Hôtel é uma boa pedida para casais, com ambiente charmoso, piscina, o hotel é exclusivo para adultos.
Econômicos
Hotel Almas, opção econômica em Gueliz – Foto: divulgação
As opções econômicas aqui têm preços mais altos que na Medina. Entre os mais acessíveis, o Hotel Almas (três estrelas) oferece restaurante e piscina, sendo o melhor entre os “populares” do bairro. Para quem prefere apartamentos espaçosos, o flat Dar Guéliz é uma alternativa interessante.
Hivernage: sofisticação, hotéis de luxo e tranquilidade
Se Gueliz é o bairro moderno e funcional de Marrakech, Hivernage é a parte chique da cidade, com avenidas arborizadas, calçadas largas, hotéis cinco estrelas, spas elegantes e restaurantes sofisticados. É aqui que se concentram as grandes redes internacionais e os resorts urbanos com piscinas glamourosas, música ambiente e serviço de primeira.
A atmosfera de Hivernage é mais tranquila e refinada. Você dificilmente vai ouvir buzinas ou ser abordado por vendedores, até parece outra cidade.
Bairro de Hivernage
Para quem vale a pena ficar em Hivernage?
Se você está em busca de conforto absoluto, gosta de serviços de hotel completos, quer relaxar à beira da piscina ou curtir um spa depois de explorar o caos da Medina, esse é o lugar ideal. Também é uma excelente escolha para casais em lua de mel, viagens românticas ou simplesmente para quem não abre mão de estrutura e tranquilidade.
E o melhor: Hivernage fica relativamente perto da Medina. Dá para chegar em cerca de 10 minutos de táxi até a Praça Jemaa el-Fna. Ou seja, você consegue ter o melhor dos dois mundos — dorme em paz e acorda sem pressa, mas em poucos minutos está de volta à ação.
Onde ficar em Marrakech: HIVERNAGE
Abaixo, algumas opções de hotéis em Hivernage para quem quer elevar a experiência da viagem:
Para quem busca hospedagens luxuosas, Hivernage é praticamente um parque de diversões para os amantes do requinte. O Nobu Hotel chama atenção antes mesmo de entrar, com seu prédio moderno, arredondado e um rooftop charmoso que oferece vistas incríveis da cidade. O Sofitel Palais Impérial & Spa é outro ícone da região: ocupa uma ampla área, com jardins bem cuidados, espaços de lazer generosos e uma piscina que convida a longos mergulhos. Já o Dar Rhizlane, Palais Table d’hôtes & SPA aposta no charme dos jardins internos, que se espalham por todo o hotel e criam uma atmosfera romântica e intimista — perfeita para casais ou quem quer relaxar em meio a muito verde.
Custo-benefício
O parque aquático do Rose Aqua Park Hotel é ótima opção para crianças – Foto: divulgação
Nem todo mundo que se hospeda em Hivernage está disposto a investir em diárias altíssimas, mas ainda assim quer aproveitar a boa estrutura do bairro. Nesse caso, o Royal Mirage Deluxe é uma ótima alternativa: possui uma ampla piscina, spa e três restaurantes, entregando conforto sem entrar no território dos preços estratosféricos. Outra opção interessante é o Rose Aqua Park Hotel, ideal para famílias, já que conta com um pequeno parque aquático que faz sucesso com as crianças — embora o valor cobrado possa parecer alto em comparação com o que oferece.
Para quem busca um lugar mais compacto e acolhedor, o Amani Hotel Suites & Spa é uma boa escolha. Apesar do tamanho menor, conta com piscina, spa e restaurante, mantendo a localização privilegiada e o ambiente tranquilo de Hivernage.
Econômico
Hotel Palais Al Bahja é a única boa opção entre os econômicos de Hivernage – Foto: divulgação
Não é o bairro mais indicado para quem quer gastar pouco, mas o Hotel Palais Al Bahja é uma das poucas alternativas econômicas de Hivernage.
Outras dicas além de onde ficar em Marrakech
Agora que você já sabe todas as dicas de onde ficar em Marrakech, que tal aprofundar ainda mais nos encantos do Marrocos? Então aproveite para explorar outros conteúdos aqui do blog, todos baseados em experiências reais e cheios de dicas práticas que fazem diferença na sua viagem.
Temos um post completíssimo sobre o que fazer em Marrakech, com sugestões que vão além do óbvio, passando pelos souks, palácios e experiências sensoriais da cidade. Também contamos tudo sobre o que fazer em Rabat, a capital muitas vezes ignorada pelos roteiros, mas cheia de charme e história.
E se o seu plano inclui colocar os pés na areia do Saara, não deixe de conferir como é o tour ao Deserto de Merzouga, onde explicamos em detalhes o que esperar da experiência. Para quem busca algo mais rápido e acessível, temos ainda dicas sobre os passeios no Deserto de Agafay, uma opção a poucos quilômetros de Marrakech.
Ou seja: se você quer explorar o Marrocos com os próprios pés — e com os olhos bem abertos —, esses textos vão te ajudar a planejar uma viagem mais autêntica, econômica e inesquecível. Boa leitura e boa aventura!
Viajar para o Marrocos é o tipo de experiência que enche os olhos e, ao mesmo tempo, dá aquele friozinho na barriga. E não é para menos: o país tem paisagens impressionantes, cidades cheias de história, mercados vibrantes e um choque cultural que encanta… mas também preocupa. Para quem não tem tanta experiência em viagens internacionais ou mesmo para quem já viajou bastante, mas prefere algo mais prático é comum surgir a dúvida: será que vale a pena ir por conta própria ou é melhor contratar uma excursão?
Eu sempre fui do time que prefere viajar por conta própria. Gosto da liberdade de montar meu próprio roteiro, escolher onde comer, onde ficar, quanto tempo ficar em cada cidade — e, claro, economizar. Viajar de forma independente costuma ser bem mais barato e, pra mim, que já estive em mais de 40 países, isso virou quase um modo de vida. Mas também reconheço que essa segurança que eu tenho hoje não veio do nada. Foi construída com o tempo, com experiências boas e ruins, com aprendizados na prática — e nem todo mundo tem esse histórico na bagagem.
O Marrocos, por exemplo, é um país fascinante, mas cheio de nuances. Não é dos destinos mais fáceis de explorar sozinho, principalmente para quem ainda está dando os primeiros passos no mundo das viagens internacionais. Por isso, se você ainda não se sente 100% confiante para encarar essa jornada por conta própria, contratar uma excursão ao Marrocos pode ser a escolha mais sensata. Um tour bem estruturado oferece suporte, evita dores de cabeça e garante que você aproveite o melhor do país com muito mais tranquilidade — seja em casal, com amigos ou com a família toda.
Por que tanta gente tem receio de fazer uma viagem ao Marrocos por conta própria?
Viajar é uma delícia, mas também pode ser fonte de ansiedade — principalmente quando o destino envolve uma cultura muito diferente da nossa. E o Marrocos é exatamente assim: intenso, vibrante, caótico em alguns momentos, encantador em tantos outros. Só que essa intensidade toda, que para alguns é um prato cheio, para outros pode gerar insegurança. E não estamos falando só de quem viaja sozinho. Casais, grupos de amigos e até famílias com crianças muitas vezes deixam de conhecer o país justamente por medo de encarar essa aventura por conta própria.
Medina de Marrakech
O que mais assusta? Em geral, não são os riscos com violência, como acontece em outros destinos. No Marrocos, os cuidados são outros. Os principais problemas estão ligados a golpes sutis, porém recorrentes, especialmente em cidades turísticas como Marrakech e Fez. É o rapaz que se oferece para mostrar o caminho e depois exige gorjeta, o lojista que diz estar fazendo uma promoção só para você (mas cobra o dobro do preço real), o taxista que não combina o valor antes e depois apresenta uma “surpresa” nada agradável no final da corrida. São situações que, embora não envolvam perigo real, causam muito desconforto — e podem estragar parte da experiência, principalmente se você não está acostumado a lidar com esse tipo de situação.
Golpe que quase caímos
As medinas são verdadeiros labirintos. Durante o dia, caminhar por suas vielas é uma experiência incrível e segura. Mas, à noite, especialmente depois das 21 ou 22h o cenário muda. As ruas ficam vazias, algumas áreas perdem o movimento, e é aí que pode surgir um certo risco, principalmente para quem está desatento ou desacompanhado.
Falo por experiência própria. Na minha primeira noite em Marrakech, enquanto andava por uma medina com pouquíssimo movimento e apenas algumas lojas abertas, cerca de 22h, um homem se aproximou dizendo que aquela rua era perigosa e que ele nos mostraria um caminho mais seguro. Parecia prestativo, mas logo percebi a real intenção: nos levou até um ponto afastado, onde não havia mais ninguém, nem nenhuma loja aberta e ali exigiu uma gorjeta absurda — algo entre 300 e 400 dirhams (o que equivale a cerca de R$190 a R$250). Ofereci um valor menor, mas ele não aceitou, então seguimos em frente sem saber o que poderia acontecer… e, felizmente, nada ocorreu. Mas o susto serviu de alerta: à noite, evite ruas pouco movimentadas e desconfie de qualquer “ajuda” espontânea.
Medina a noite criado por IA – Foto:Freepik
Vantagens de comprar o voo separado e contratar um tour ao Marrocos com empresas locais
Optar por comprar a passagem aérea de forma independente e fechar um tour ao Marrocos diretamente com agências marroquinas é uma estratégia inteligente sob três grandes perspectivas: economia, experiência autêntica e praticidade de logística.
Economia de verdade
Quando você separa o voo e contrata apenas o tour, muitas vezes sai mais barato do que fechar tudo com uma operadora brasileira. Como você elimina intermediários, evita comissões e ainda negocia diretamente com quem vive e conhece o país, os preços ficam mais competitivos e transparentes.
Roteiros bem pensados para destinos complexos
O Marrocos não é um destino fácil de explorar por conta própria: comprime cidades imperiais, deserto e caminhos de montanha em regiões onde a sinalização é escassa e o transporte público é limitado. Um tour pode simplificar essa complexidade: interligando o transporte com os passeios e hospedagem.
Em resumo: comprar o voo tranquilo e investir em um tour ao Marrocos com empresas confiáveis é uma forma de poupar dinheiro e tempo, além de garantir uma experiência mais segura e culturalmente rica, sem precisar abrir mão do controle da sua viagem.
Torre Hassan ao nascer do sol – Foto: Freepik
Quantos dias reservar para sua viagem ao Marrocos?
Se tem uma coisa que muita gente subestima ao planejar uma viagem ao Marrocos, é o tempo. O país é maior do que parece e, como as atrações estão espalhadas, os deslocamentos acabam consumindo uma boa parte do dia. Por isso, a primeira dica é simples e direta: evite roteiros corridos demais. O ideal é ter pelo menos 7 dias inteiros no país, especialmente se você quiser incluir o deserto do Saara — que é, convenhamos, o grande destaque da maioria dos roteiros.
As excursões ao Marrocos que são recomendadas costumam têm entre 6 e 10 dias de duração, o que já garante uma boa experiência. Em 6 dias é possível visitar Marrakech, cruzar o Alto Atlas, passar pelo Vale do Dades e dormir em um acampamento no deserto de Merzouga. Já nos roteiros mais longos, dá tempo de incluir também Fez, Casablanca e até mesmo Rabat, criando um panorama mais completo da cultura marroquina.
Palácio El Badi – Marrakech
Se você tiver mais tempo disponível, uma estratégia interessante é combinar o tour com alguns dias por conta própria no início ou no fim da viagem. Por exemplo: chegar antes em Marrakech para explorar a cidade com calma ou estender a viagem até Agadir depois do fim da excursão. Assim, você aproveita a segurança e praticidade do tour no trecho mais complexo e ainda tem a liberdade de curtir no seu ritmo quando estiver mais ambientado com o país.
Em resumo: com menos de uma semana, a viagem fica corrida e cansativa demais. O ideal é entre 7 e 12 dias, combinando praticidade com profundidade. Afinal, depois de tantas horas de voo até o Marrocos, ninguém quer fazer tudo com pressa, não é?
Excursão coletiva ou privativa: qual é melhor para você?
Na hora de escolher um tour ao Marrocos, uma dúvida bastante comum é: vale mais a pena fazer uma excursão coletiva, junto com outros viajantes, ou investir em um tour privativo, com roteiro exclusivo? A resposta depende muito do seu perfil, do estilo da sua viagem e, claro, do seu orçamento.
Excursão coletiva: mais econômica e social
As excursões coletivas são geralmente as mais indicadas para a maioria das pessoas. Além de serem mais econômicas, costumam proporcionar uma troca muito rica com viajantes de outras partes do mundo. É aquele tipo de viagem em que você aprende tanto com o guia quanto com os colegas de estrada. Para quem viaja sozinho, essa pode ser uma ótima oportunidade para fazer novas amizades, às vezes até rola de combinar um jantar no fim do dia ou uma saída noturna em companhia.
A principal desvantagem está na rigidez do roteiro: os grupos seguem um cronograma fixo, com datas específicas de saída e horários pré-determinados para cada parada. Então, se você quiser passar mais tempo em um lugar que amou ou mudar o roteiro no meio do caminho, não vai ter como.
Deserto de Erg Chebbi com novo grupo de turistas chegando de camelo
Excursão privativa: liberdade e personalização
Já a excursão privativa oferece uma experiência bem mais personalizada. Você pode escolher a ordem das visitas, fugir dos horários mais cheios, parar mais tempo nos lugares que gosta (e menos nos que não fazem seu estilo), além de adaptar o roteiro conforme o ritmo do seu grupo.
É uma opção perfeita para quem viaja em casal, em família ou com um grupo de amigos — nesse caso, o custo do tour privado é dividido entre os participantes e acaba ficando mais acessível. Por outro lado, se estiver sozinho ou em dupla, o preço costuma pesar um pouco mais no orçamento.
Pôr do sol no deserto de Agafay
Qual escolher?
No fim das contas, o melhor tour é aquele que combina com você. Se busca economia, quer socializar e não se importa em seguir um roteiro já definido, a excursão coletiva é ideal. Agora, se valoriza liberdade, flexibilidade e conforto, e está disposto a investir um pouco mais por isso, a excursão privativa é uma excelente escolha.
Tours ao Marrocos: roteiros para todos os perfis
Para te ajudar a escolher o tour ideal, selecionei abaixo quatro opções muito bem avaliadas, com roteiros completos, passando por paisagens espetaculares, cidades imperiais e, claro, pelo deserto de Merzouga. Todos esses passeios estão disponíveis em plataformas seguras como Civitatis, GetYourGuide e Viator. Todos eles incluem a parte mais interessante do Marrocos que é o tour ao deserto do Saara em Erg Chebbi (Merzouga), com passeio de camelo ao pôr do sol e pernoite em tenda no meio do deserto. Veja qual combina melhor com seu tempo, orçamento e estilo de viagem:
Tour coletivo de 6 dias – Cidades Imperiais + Deserto (Civitatis)
Esse roteiro é ideal para quem tem menos de uma semana, mas quer ver o essencial do Marrocos. Começa em Marrakech e segue para Casablanca, Rabat, Meknes e Fez, passando por atrações como a Mesquita Hassan II, a Kasbah dos Oudayas e as ruínas romanas de Volubilis. Depois, o tour atravessa o país até o deserto de Merzouga, onde há passeio de camelo e pernoite em acampamento berbere, no meio do deserto. O retorno inclui paradas nas Gargantas do Todra e do Dades, e termina em Marrakech. Um circuito compacto, mas muito completo, ideal para quem quer ver o máximo no menor tempo. Acesse aqui para ver preços e mais informações.
Deserto de Erg Chebbi – Foto: Civitatis
Tour coletivo de 7 dias – De Casablanca a Marrakech (Viator)
Esse tour começa em Casablanca, passa por Chefchaouen (a encantadora cidade azul), segue para Fez e depois cruza o país em direção ao Saara. Inclui paradas em vilarejos berberes, caminhada nas Gargantas do Todgha, visita à famosa Kasbah de Ait Ben Haddou (Patrimônio da UNESCO) e, claro, passeio de camelo com pernoite nas dunas de Erg Chebbi. O roteiro termina com um dia inteiro explorando Marrakech com guia local. É uma ótima opção para quem quer uma viagem equilibrada entre cultura, natureza e aventura. Acesse aqui para ver preços e mais informações.
Tour privativo de 8 dias – Marrocos completo com conforto (Civitatis)
Perfeito para quem viaja em casal, com amigos ou em família, esse tour privativo permite mais flexibilidade e conforto. Começa em Marrakech, passa por Casablanca, Rabat, Meknes, Volubilis, Fez, Merzouga, Gargantas do Dades e Ouarzazate, até retornar a Marrakech. Destaque para o dia inteiro dedicado ao deserto de Merzouga, com passeio de camelo ao pôr do sol e pernoite nas dunas (esses passeios no deserto estão incluído em todos os tours apresentados). Acesse aqui para ver preços e mais informações.
Tour privativo de 10 dias – De Casablanca ao deserto e cidades do norte (GetYourGuide)
Esse é o tour mais longo e um dos mais completos. Começa em Casablanca, com passagens por Rabat, Tânger, Chefchaouen, Fez, Meknes, Volubilis, Merzouga, Gargantas de Todgha, Ait Ben Haddou e Marrakech. É uma verdadeira imersão no Marrocos, com visitas guiadas, passeios de camelo, cidades costeiras e montanhosas, desertos e vilarejos berberes. O roteiro é bem distribuído e inclui tempo livre em várias cidades para explorar no seu ritmo. Ideal para quem quer ver o país de ponta a ponta e prefere personalizar a experiência. Acesse aqui para ver preços e mais informações.
Cidade azul de Chefchaouen
Onde contratar sua excursão ao Marrocos?
Na hora de escolher uma empresa para reservar sua excursão ao Marrocos, a internet é sua melhor aliada — e também exige atenção. Com tantas opções disponíveis, é fundamental contratar apenas empresas que sejam confiáveis e com boa reputação entre os viajantes. Para facilitar sua vida, eu recomendo três plataformas seguras e práticas: Civitatis, GetYourGuide e Viator.
Civitatis: simples, direto e confiável
A Civitatis é, entre as três, a mais fácil de usar. Ela vende apenas uma opção de cada tour, o que facilita muito a escolha — especialmente se você está inseguro ou sem tempo para ficar comparando detalhes. Além disso, há uma curadoria mais rígida, o que garante que as opções disponíveis tenham um padrão mínimo de qualidade. Para quem busca praticidade e quer evitar dor de cabeça, é uma excelente escolha.
GetYourGuide: mais variedade, mais trabalho
Já a GetYourGuide funciona de forma parecida, mas costuma apresentar várias versões de um mesmo tipo de passeio — especialmente nos tours mais populares, como o do deserto em Merzouga. Isso significa que você pode encontrar uma excursão com o perfil exato que está buscando (duração, tipo de hospedagem, idioma do guia, etc.), mas vai precisar analisar com mais calma. É ideal para quem gosta de pesquisar, comparar e montar a experiência do seu jeito.
A Viator, por sua vez, costuma ter menos informações detalhadas nas páginas dos tours, o que pode deixar o processo de decisão um pouco mais difícil. Ainda assim, há algumas boas opções com muitas avaliações positivas, então vale a pena dar uma olhada caso você não encontre algo que te agrade nas outras duas plataformas.
Dicas importantes na hora de reservar
Independentemente da plataforma que você escolher, a principal dica é: nunca reserve um tour que não tenha avaliações. E não se prenda a uma ou outra crítica negativa isolada — imprevistos acontecem, como problemas mecânicos ou mudanças de rota por causa do clima. O que realmente importa é a nota média do passeio e a consistência dos comentários.
Eu também sempre recomendo ler algumas avaliações, especialmente as medianas (aquelas 3 estrelas que não são nem elogio puro, nem desabafo). Nelas, você geralmente encontra informações valiosas sobre os pontos fracos do passeio. Um dos mais comuns é o tempo de parada em cada atração: às vezes, o tour passa correndo por um lugar incrível e para demais em um ponto sem tanto atrativo. Se você está escolhendo um passeio por causa de uma atração específica, vale ficar atento a isso para não se decepcionar.
No fim das contas, escolher a empresa certa faz toda a diferença para transformar sua viagem ao Marrocos em uma experiência tranquila, segura e inesquecível.
Muralhas da Kasbah des Oudaias em Rabat
Dicas práticas para curtir seu tour ao Marrocos
Viajar em um tour organizado facilita muito a logística, mas ainda assim algumas dicas práticas podem fazer toda a diferença para que sua experiência no Marrocos seja mais tranquila e prazerosa. A seguir, selecionei alguns cuidados e recomendações que você deve levar em conta antes e durante o seu passeio.
Leve dinheiro em espécie (mas com moderação)
O dirham marroquino é a moeda oficial do país e, apesar de cartões serem aceitos em hotéis e lojas maiores, em muitas situações — como bilheterias de atrações turísticas, táxis e pequenas lojas — o pagamento em dinheiro é essencial. Você não precisa sacar tudo de uma vez, vá sacando conforme necessário em caixas eletrônicos. Evite carregar grandes valores e sempre tenha notas menores, principalmente para gorjetas e pequenos gastos.
Gorjetas fazem parte da cultura
Gorjetas no Marrocos não são obrigatórias, mas são esperadas. Guias, motoristas, garçons e funcionários de hotéis costumam receber pequenas gratificações — um reconhecimento pelo serviço prestado. Não precisa ser muito: arredondar a conta ou dar de 5 a 20 dirhams em situações específicas já costuma ser bem aceito. Inclua esse valor no seu orçamento de viagem.
Internet no celular: melhor ter, e de boa qualidade
Estar conectado no Marrocos é quase tão importante quanto ter um bom par de tênis. Além de te ajudar a se localizar com o Google Maps, ter internet no celular permite acessar informações de atrações, conferir o roteiro do tour e até pedir ajuda em caso de emergência.
Se quiser o melhor desempenho possível, recomendo comprar um chip local, que costuma funcionar melhor. As principais operadoras do país são a Maroc Telecom, a Orange e a Inwi, e você pode adquirir um chip já no aeroporto ou em lojas de rua. Os planos geralmente incluem dados suficientes para toda a viagem para uso moderado.
Agora, se você prefere já sair do Brasil com o chip em mãos, empresas como O Meu Chip e Casa do Chip vendem planos internacionais que funcionam em vários países, inclusive no Marrocos. É prático, mas atenção: a qualidade da conexão pode variar bastante, especialmente em regiões mais remotas.
Internet no celular é essencial para acompanhar os mapas no Marrocos
Atenção ao clima: prepare a mala com equilíbrio
O Marrocos é um país de contrastes — e isso vale também para o clima. Você pode pegar dias bem quentes e frios, em diferentes regiões do país. Se viajar para o deserto, saiba que é muito quente durante o dia e frio de madrugada e no nascer do sol. Por isso, leve roupas leves para o dia e um bom casaco para as noites.
Não espere por banheiros modernos em todo lugar
Em muitos pontos turísticos menores ou paradas na estrada, os banheiros são bem simples e às vezes até rústicos. Leve algumas moedas no bolso (muitos banheiros públicos cobram uma pequena taxa para uso).
Tenha um bom seguro-viagem
Mesmo viajando com tudo organizado, imprevistos acontecem. Uma indisposição alimentar, uma torção no tornozelo ou até mesmo extravio de bagagem podem atrapalhar sua viagem. Ter um bom seguro-viagem garante assistência médica, reembolso em emergências e tranquilidade do início ao fim do passeio.
Nós recomendamos a Seguros Promo, uma das plataformas mais completas e confiáveis do mercado. Ela permite comparar opções de diversas seguradoras em um só lugar, facilitando a escolha do plano ideal para o seu perfil e tipo de viagem. Além de oferecer preços bastante competitivos, a Seguros Promo costuma disponibilizar cupons de desconto, e ainda dá 5% de abatimento extra para pagamentos via PIX ou boleto.
Outros textos sobre o Marrocos
Quer se aprofundar ainda mais nos encantos do Marrocos? Então aproveite para explorar outros conteúdos aqui do blog, todos baseados em experiências reais e cheios de dicas práticas que fazem diferença na sua viagem.
Temos um post completíssimo sobre o que fazer em Marrakech, com sugestões que vão além do óbvio, passando pelos souks, palácios e experiências sensoriais da cidade. Também contamos tudo sobre o que fazer em Rabat, a capital muitas vezes ignorada pelos roteiros, mas cheia de charme e história.
E se o seu plano inclui colocar os pés na areia do Saara, não deixe de conferir como é o tour ao Deserto de Merzouga, onde explicamos em detalhes o que esperar da experiência. Para quem busca algo mais rápido e acessível, temos ainda dicas sobre os passeios no Deserto de Agafay, uma opção a poucos quilômetros de Marrakech.
Ou seja: se você quer explorar o Marrocos com os próprios pés — e com os olhos bem abertos —, esses textos vão te ajudar a planejar uma viagem mais autêntica, econômica e inesquecível. Boa leitura e boa aventura!
Viajar para o Marrocos é embarcar numa aventura sensorial: paisagens que parecem pinturas, mercados vibrantes, desertos imensos e uma cultura riquíssima. Mas antes de se encantar com tudo isso, é bom se preparar para os detalhes práticos — e um dos mais ignorados, mas importantes, é o tipo de tomada usado no país.
Afinal, ninguém quer chegar no hotel depois de horas de voo e descobrir que o carregador do celular não encaixa na tomada, né? Para te ajudar a evitar esse tipo de dor de cabeça, preparei este guia prático com tudo o que você precisa saber sobre tomadas no Marrocos, voltagem e a necessidade (ou não) de adaptadores.
Antes de falarmos do padrão marroquino, vale lembrar que o mundo usa mais de uma dúzia de tipos diferentes de tomadas, cada um com formatos de pinos e voltagens específicos. Abaixo estão os mais comuns:
Tipo A/B: América do Norte e Japão – pinos planos.
Tipo C: Bastante comum na Europa continental e também usado no Marrocos. Dois pinos redondos.
Tipo D: Usado na Índia e alguns países africanos. Três pinos redondos.
Tipo E/F: Também presente no Marrocos. Dois pinos redondos com orifício para aterramento (pino macho na tomada).
Tipo G: Reino Unido, com três pinos retangulares.
Tipo N: Exclusivo do Brasil, com três pinos redondos alinhados.
Padrões de tomadas no mundo
A variedade é grande, por isso é sempre bom conferir antes de viajar.
Qual é o padrão de tomada no Marrocos?
No Marrocos, os padrões mais comuns de tomadas são os tipos C e E. Ambos têm dois pinos redondos e são bastante parecidos entre si. O tipo C não possui aterramento, enquanto o tipo E tem um pino de aterramento macho que se encaixa num orifício do plugue.
Se você usa aparelhos brasileiros, especialmente aqueles com dois pinos redondos (o modelo antigo ou os modelos que seguem o padrão europeu), pode ficar tranquilo: na maioria dos lugares, seu carregador vai funcionar normalmente.
Na minha viagem de duas semanas pelo país, só encontrei dificuldade em um único lugar: uma tenda no meio do deserto do Saara. A tomada era antiga, de um padrão ainda mais antigo e o plugue do meu carregador simplesmente não encaixou. E claro, naquele cenário, não havia outra opção por perto, uma outra tomada estava a uma hora de camelo. Foi a única vez que precisei usar meu adaptador universal, mas foi suficiente para me convencer de que ele deve sempre estar na mala, principalmente em destinos com infraestruturas mais simples em algumas regiões.
Voltagem e compatibilidade de aparelhos
A voltagem padrão no Marrocos é 220V com frequência de 50Hz. Isso é diferente de algumas regiões do Brasil, que operam com 110V, mas não se preocupe: a maior parte dos eletrônicos modernos — como notebooks, celulares, câmeras e carregadores — são bivolt.
Para ter certeza, basta olhar no seu carregador. Se estiver escrito algo como “100V–240V”, pode respirar aliviado: ele funciona tanto no Brasil quanto no Marrocos sem problema algum.
Por que levar um adaptador de tomada?
Mesmo que seus aparelhos encaixem na maioria das tomadas marroquinas, vale a pena levar um adaptador universal de tomadas. Ele é pequeno, leve e pode te salvar de situações em que você esteja em uma acomodação mais antiga ou em regiões afastadas, como o interior ou o deserto.
Além disso, esse tipo de adaptador é compatível com diversos padrões do mundo todo — o que significa que, se você for fazer uma conexão em outro país, ou em futuras viagens, não precisará se preocupar com o padrão de tomadas local.
Adaptador de tomadas universal é essencial para uma viagem ao exterior – Foto: divulgação Amazon
Onde comprar adaptadores
Você até pode encontrar adaptadores no Marrocos, principalmente em lojas de eletrônicos e mercados maiores. No entanto, dependendo da cidade ou do bairro, pode ser difícil encontrá-los rapidamente — e convenhamos, ninguém quer perder tempo de viagem procurando um adaptador.
A dica é simples: compre antes de viajar. O ideal é escolher um adaptador universal, que funcione em qualquer tomada do mundo. Na Amazon, por exemplo, você encontra vários modelos com boa avaliação e entrega rápida. Se você é assinante do Prime, ainda tem frete grátis em muitos deles. É possível testar o Amazon Prime, gratuitamente, por 30 dias.
Power bank: seu salva-vidas em terras marroquinas
O celular virou nosso guia de viagem, tradutor, carteira, câmera e até lanterna. E é justamente por isso que ele vive implorando por bateria — especialmente quando estamos em movimento o dia todo.
No Marrocos, onde os dias de passeio podem envolver longas caminhadas pelas medinas ou deslocamentos entre cidades, ter um power bank é essencial. Imagine não conseguir tirar aquela foto nas dunas porque o celular apagou?
Invista em um carregador portátil com boa capacidade, de preferência acima de 10.000 mAh, para garantir várias cargas ao longo do dia. É aquele tipo de item que a gente subestima, mas que faz toda a diferença na prática.
Levar um power bank na mochila é como carregar uma tomada reserva — e em muitos momentos, é ele quem salva o dia. Confira a lista dos carregadores portáteis mais vendidos.
Carregador portátil (power bank) é um item muito útil em viagens
Chip de internet no Marrocos: local ou internacional?
Ter conexão à internet durante sua viagem é quase tão importante quanto ter uma câmera à mão. Afinal, como você vai usar o Google Maps, ver informações sobre atrações turísticas ou até pedir ajuda em caso de imprevisto, se estiver sem sinal?
No Marrocos, os chips locais geralmente oferecem melhor desempenho, especialmente fora das grandes cidades. As principais operadoras do país são a Maroc Telecom, a Orange e a Inwi. Você pode comprar o chip já no aeroporto, ou em lojas de rua, e os planos costumam ter preços razoáveis.
Agora, se você prefere já sair do Brasil conectado, há a opção de comprar um chip internacional com antecedência. Empresas como O Meu Chip e Casa do Chip oferecem planos Mundo que funcionam em quase todos os países do mundo. Mas aqui vai uma dica de ouro: a qualidade do serviço pode variar bastante, tanto de acordo com o país quanto entre regiões dentro do mesmo país.
Internet no celular é essencial para acompanhar os mapas no Marrocos
Seguro viagem: por que você não deve embarcar sem um
Viajar é incrível, mas imprevistos acontecem e no Marrocos, eles podem ser ainda mais complicados de resolver. Seja uma intoxicação alimentar, uma torção durante um passeio nas montanhas do Atlas ou mesmo uma bagagem extraviada, um seguro viagem pode fazer toda a diferença entre um contratempo e uma dor de cabeça gigante.
Além de cobrir despesas médicas, o seguro pode incluir atendimento odontológico, auxílio em casos de cancelamento de voo, perda de documentos e até repatriação. Parece exagero? Não é. No Marrocos, o sistema de saúde público não é preparado para atender turistas, e clínicas privadas podem cobrar caro.
Outro ponto importante: o seguro costuma ser exigido para quem faz conexão ou estada na Europa, principalmente em países do Espaço Schengen. Se o seu voo passa por Paris, Lisboa ou Madri, por exemplo, o seguro com cobertura mínima de 30 mil euros pode ser exigido na imigração.
Ou seja, contratar um seguro viagem é uma das formas mais simples e baratas de garantir tranquilidade para sua jornada. Você viaja mais leve sabendo que, se algo sair do script, não estará sozinho para resolver.
Se você está planejando sua viagem, recomendamos a Seguros Promo, uma das plataformas mais completas e confiáveis do mercado. Ela permite comparar opções de diversas seguradoras em um só lugar, facilitando a escolha do plano ideal para o seu perfil e tipo de viagem. Além de oferecer preços bastante competitivos, a Seguros Promo costuma disponibilizar cupons de desconto, e ainda dá 5% de abatimento extra para pagamentos via PIX ou boleto.
Outros textos sobre o Marrocos
Quer se aprofundar ainda mais nos encantos do Marrocos? Então aproveite para explorar outros conteúdos aqui do blog, todos baseados em experiências reais e cheios de dicas práticas que fazem diferença na sua viagem.
Temos um post completíssimo sobre o que fazer em Marrakech, com sugestões que vão além do óbvio, passando pelos souks, palácios e experiências sensoriais da cidade. Também contamos tudo sobre o que fazer em Rabat, a capital muitas vezes ignorada pelos roteiros, mas cheia de charme e história.
E se o seu plano inclui colocar os pés na areia do Saara, não deixe de conferir como é o tour ao Deserto de Merzouga, onde explicamos em detalhes o que esperar da experiência. Para quem busca algo mais rápido e acessível, temos ainda dicas sobre os passeios no Deserto de Agafay, uma opção a poucos quilômetros de Marrakech.
Ou seja: se você quer explorar o Marrocos com os próprios pés — e com os olhos bem abertos —, esses textos vão te ajudar a planejar uma viagem mais autêntica, econômica e inesquecível. Boa leitura e boa aventura!
O que fazer no Marrocos? A resposta passa por perder-se (de propósito) em medinas labirínticas, tomar chá de menta olhando o vaivém dos souks e cruzar desertos dourados como se estivesse em um filme de aventura. Viajar pelo Marrocos é como abrir um livro de histórias onde cada capítulo tem um aroma diferente — de especiarias, de incenso, de mar salgado — e onde tradição e modernidade convivem lado a lado, sem cerimônia.
Neste texto, vou te mostrar por que o Marrocos encanta quem se deixa levar pelas suas ruas movimentadas, paisagens surreais e experiências únicas. Prepare-se para um roteiro que passa por cidades vibrantes, oásis escondidos, trilhas nas montanhas, noites sob as estrelas e, claro, muitos pratos de tajine no caminho. Vamos nessa?
Cidades do Marrocos: as mais icônicas para o seu roteiro
O Marrocos possui algumas cidades interessantes. Cada uma tem uma personalidade única: algumas são caóticas e vibrantes, outras tranquilas e charmosas. Para te ajudar a escolher (ou para te convencer a esticar a viagem), aqui estão algumas das principais cidades marroquinas que merecem estar no seu planejamento.
Marrakech: o caos encantador
Medina de Marrakech
Marrakech é provavelmente o destino mais famoso do país — e com razão. A cidade é uma explosão de cores, sons e cheiros que aguçam todos os sentidos. A lendária Praça Djemaa el-Fna é o coração pulsante da cidade, onde encantadores de serpentes dividem espaço com músicos, contadores de histórias e barraquinhas que preparam desde suco de laranja fresquinho até cabeça de carneiro cozida. Tudo ali acontece ao mesmo tempo, sem ensaio, como um teatro de rua espontâneo que nunca fecha as cortinas.
E logo ao lado está a medina, um emaranhado de ruelas estreitas onde se perder faz parte do programa. Próximo a esse labirinto, você encontra joias arquitetônicas como o Palácio da Bahia, com seus salões decorados, tetos de madeira pintada e jardins internos — um grande exemplo da estética andaluza e marroquina. Já a Madraça Ben Youssef, antiga escola corânica, impressiona com seu pátio de mármore e os detalhes em mosaico que cobrem as paredes como se fossem tapeçarias de azulejos. Quando o barulho cansar, o Jardin Majorelle surge como um refúgio inesperado: repleto de plantas do mundo inteiro, o local encanta especialmente pelos tons vibrantes de azul e amarelo que dominam o cenário. Marrakech é assim: caótica, intensa, sedutora — e se você quiser se aprofundar, não deixe de ler nosso texto sobre as principais atrações turísticas de Marrakech.
Fez: um mergulho na Idade Média
Curtumes de Fez
Se Marrakech parece caótica, Fez é quase um universo paralelo congelado no tempo. Sua medina, considerada a maior zona urbana sem carros do mundo, é um verdadeiro labirinto medieval. Basta alguns minutos caminhando por ali para perceber que a lógica das ruas parece obedecer a outro tipo de mapa, talvez emocional ou espiritual, mas certamente não geográfico. Os becos são estreitos, os caminhos se cruzam de forma imprevisível e, de repente, você se vê diante de um curtume a céu aberto, onde trabalhadores tingem couro em grandes tanques coloridos, como se estivessem pintando um quadro vivo sob o sol. O cheiro é horrível, é verdade, mas a cena é tão autêntica que você dificilmente vai esquecer.
Além dos curtumes, Fez abriga inúmeras oficinas de artesãos que trabalham como seus antepassados faziam séculos atrás, produzindo bolsas e outros produtos de couro, tapetes e objetos em cobre e latão com uma precisão quase hipnótica. As madrassas, antigas escolas islâmicas, são obras-primas escondidas entre muros aparentemente simples. A Madraça Al-Attarine, por exemplo, surpreende com seu pátio ricamente decorado com estuques e mosaicos que parecem bordados em pedra.
Rabat: a capital que surpreende
Muralhas da Kasbah des Oudaias
Pouca gente inclui Rabat no roteiro quando planeja o que fazer no Marrocos, e isso é um grande erro. A capital pode não ter o agito de Marrakech nem o peso histórico de Fez, mas oferece um equilíbrio raro entre tradição e modernidade. Em termos de atrações turísticas, eu diria que é a terceira cidade mais interessante do país. Mas, na minha opinião, é a mais bonita de todas. Rabat tem um charme discreto, uma elegância serena que conquista aos poucos, sem fazer alarde.
A cidade é limpa, organizada e tem um ritmo mais calmo, quase europeu. A Kasbah dos Oudayas é um labirinto de ruazinhas brancas com detalhes em azul, cercada por muralhas e com uma vista incrível para o mar, parece um pedacinho de Mykonos perdido no Norte da África. O Museu Mohammed VI de Arte Moderna, por sua vez, mostra como o Marrocos também sabe ser contemporâneo, com exposições bem curadas. E para quem gosta de símbolos grandiosos, Rabat abriga a Mohammed VI Tower, o prédio mais alto da África inaugurado em 2025, que marca a virada da cidade para um futuro ambicioso. Se quiser saber mais da capital marroquina, leia nosso texto sobre o que fazer em Rabat.
Essaouira: brisa do mar e alma artística
Barcos azuis no porto de Essaouira
Às margens do Atlântico, Essaouira é um respiro fresco depois de dias nas medinas agitadas do interior. A cidade tem uma medina charmosa, muralhas que lembram castelos medievais e um porto onde os pescadores vendem peixe fresquinho todas as manhãs. Mas o que realmente conquista é o clima descontraído, com artistas de rua, galerias independentes, cafés com música ao vivo e um vento constante que atrai praticantes de kitesurf do mundo todo. Se quiser sentir o lado boêmio do Marrocos, esse é o lugar.
Casablanca: modernidade com alma marroquina
Mesquita de Hassan II em Casablanca
Casablanca não é uma cidade turística no sentido tradicional. Ela é a capital econômica do Marrocos e funciona principalmente como um centro de negócios, com grande movimentação corporativa e infraestrutura voltada para esse tipo de público. Mas isso não significa que não valha a visita. Como a maioria dos voos internacionais chega por lá, você provavelmente vai passar por Casablanca de qualquer maneira. E, nesse caso, vale a pena reservar algumas horas — ou até um dia inteiro, se possível — para conhecer seus principais atrativos.
A cidade tem áreas modernas e muito bem planejadas, com avenidas largas, prédios imponentes e bairros elegantes que revelam um lado do Marrocos bem diferente das medinas antigas. O grande destaque turístico é a Mesquita Hassan II, uma das maiores do mundo, construída parcialmente sobre o mar. É a única mesquita do país que permite a entrada de não-muçulmanos, e impressiona tanto pela grandiosidade quanto pelos detalhes artísticos. Além disso, há o calçadão da Corniche, com cafés à beira-mar e vista para o oceano, e restaurantes sofisticados que mostram como Casablanca também sabe ser cosmopolita.
Tânger: entre dois mundos
Tanger – Foto: Raúl Cacho Oses / Unsplash
Tânger é uma daquelas cidades que carregam um certo mistério no ar. Localizada no extremo norte do Marrocos, ela está tão perto da Europa que, em dias claros, é possível avistar a costa da Espanha do outro lado do Estreito de Gibraltar. Ao longo da história, Tânger já foi ocupada por fenícios, romanos, portugueses, espanhóis e até foi considerada uma zona internacional e tudo isso deixou marcas. A cidade tem um clima cosmopolita, um pouco europeu, um pouco africano, um pouco coisa nenhuma… e essa mistura é justamente o que a torna tão interessante.
A medina, com suas ruelas brancas e portas azuis, é charmosa e bem menos caótica que as de Fez ou Marrakech. Para quem gosta de curiosidades geográficas, as Grutas de Hércules são uma boa pedida, assim como o Cabo Espartel, onde o Mar Mediterrâneo encontra o Oceano Atlântico.
Chefchaouen: a cidade azul
Cidade azul de Chefchaouen
Encravada nas montanhas Rif, no norte do Marrocos, Chefchaouen ficou mundialmente famosa com o Instagram, graças à sua medina inteiramente pintada em tons de azul — das paredes às escadas, das portas às janelas. O impacto visual é marcante, sobretudo em algumas ruazinhas que parecem ter sido planejadas para virar cartão-postal.
Chefchaouen é uma cidade para visita rápida. Em um único dia, é possível explorar quase tudo que ela oferece: caminhar sem pressa pela medina, subir até o mirante da mesquita espanhola para apreciar o pôr do sol nas montanhas e saborear um bom tajine nos restaurantes locais. Como poucos turistas decidem pernoitar por lá, a oferta de hotéis é pequena. A maioria dos visitantes opta por uma excursão bate-volta saindo de Tânger (110 km e cerca de 2h15 de trajeto) ou uma excursão partindo de Fez (200 km e aproximadamente 3h30 de viagem).
Aventura no deserto
Quando se fala em Marrocos, muita gente já imagina dunas douradas, camelos no horizonte e um céu estrelado de tirar o fôlego. E essa imagem não é exagerada. Vivenciar o deserto marroquino é uma das experiências mais marcantes da viagem — um daqueles momentos em que você realmente sente que está do outro lado do mundo.
Deserto do Saara
Deserto de Erg Chebbi com novo grupo de turistas chegando de camelo
Os dois desertos mais conhecidos entre os viajantes são o Erg Chebbi, próximo à vila de Merzouga, e o Erg Chigaga, mais remoto e selvagem. A maioria dos turistas acaba escolhendo o Erg Chebbi por ser mais acessível e ter boa estrutura para quem quer uma experiência de aventura com conforto. Por lá, é possível fazer passeio de camelo, dormir em tendas estilo berbere, ver o nascer e o pôr do sol do alto das dunas e acordar com o som do silêncio. Se quiser conhecer mais leia nosso texto sobre o passeio no deserto em Merzouga.
Deserto de Agafay
Nosso passeio de quadriciclo, no tour comum, durou 40 minutos
Agora, se você estiver em Marrakech e não quiser encarar uma longa viagem até Merzouga, existe uma opção mais prática e muito popular: o Deserto de Agafay, que fica a cerca de uma hora da cidade. Diferente dos desertos de areia, Agafay é pedregoso, menos impressionante, mas uma alternativa interessante para quem não poderá chegar ao Saara. Por ser perto, os tours para Agafay geralmente são bate-volta de meio dia, com opções que incluem jantar sob as estrelas, música ao vivo e até passeio de quadriciclo. É uma ótima alternativa para quem está com pouco tempo ou viajando com crianças, por exemplo. Para saber mais e ver as dicas leia nosso texto sobre os tours no Deserto de Agafay.
Outras dicas do Marrocos
Agora que você já sabe o que fazer no Marrocos, veja nossas outras dicas práticas para aproveitar a viagem com mais conforto e menos perrengue.
Seguro Viagem
Seguro viagem é aquele item que a gente torce para não usar, mas é melhor não arriscar ficar sem. Ele pode ser muito útil em casos de imprevistos médicos, cancelamentos ou extravios e no Marrocos, onde o sistema de saúde público não atende estrangeiros, é mais do que recomendado. Recomendamos o Seguros Promo, onde você encontrará várias opções de seguros e ótimos preços. Compare os tipos e escolhe a opção que mais combine com você. Ganhe 5% de desconto com o cupom ABRACEOMUNDO5 e mais 5% se pagar com boleto ou PIX.
Internet no celular
Outro ponto importante é a conexão à internet, que faz toda a diferença na hora de chamar um táxi ou Uber, consultar mapas ou até ver horários de funcionamento. Você pode comprar um chip local de dados direto no aeroporto, com empresas como Maroc Telecom, Orange e Inwi, que oferecem pacotes bem acessíveis. Outra opção é comprar um chip internacional, mas eles nem sempre funcionam tão bem como os chips locais.
Internet no celular é essencial para acompanhar os mapas no Marrocos
Tomadas
Sobre as tomadas do Marrocos, elas seguem os padrões do tipo C e E, com voltagem de 220V. A boa notícia é que, em geral, os equipamentos brasileiros se encaixam sem problemas, já que o pino redondo padrão europeu é bastante comum por lá. Mas vale levar um adaptador de tomada universal, especialmente se você for visitar áreas mais remotas. Na minha experiência, usei meu carregador em todos os lugares sem dificuldade, com uma única exceção: no acampamento no deserto do Saara, a tomada era mais antiga e meu plugue simplesmente não encaixava. Foi aí que o adaptador me salvou. Se você ainda não tem um, recomendo levar um desses na mala. Aqui vai um link útil para comprar o seu: Adaptador universal de tomadas.
Passeio de camelo no deserto de Agafay – Foto: Get Your Guide (GYG)
Quando a gente pensa em deserto marroquino, a imagem que vem à cabeça é quase sempre a mesma: dunas douradas que se perdem no horizonte, camelos caminhando lentamente sob o sol e aquele pôr do sol cinematográfico digno de fundo de tela. Mas… e se eu te disser que dá pra ter uma experiência no deserto sem sair de perto de Marrakech, em um passeio rápido, prático e até bem interessante?
É aí que entra o Deserto de Agafay.
Localizado a menos de uma hora da cidade, Agafay é uma opção para quem quer ter um gostinho da vida no deserto, mas já aviso de antemão: ele é um deserto mais simples. Nada de dunas gigantes ou paisagens incríveis, como no Saara. O cenário aqui é mais cru, com solo composto por pedras, cascalho e colinas áridas de tons ocres e amarronzados. Não tem a beleza hipnotizante do Saara, nem seu charme cinematográfico. Mas, apesar de mais modesto, Agafay tem seu valor.
Depois de ter conhecido o Saara, Agafay (foto acima) não impressiona, mas o tour valeu a pena!
Pra quem está com o roteiro apertado e não pode investir dois ou três dias numa expedição até Merzouga (leia nosso texto sobre o incrível deserto de Merzouga), ele aparece como uma alternativa viável e surpreendente. E com o bônus de oferecer experiências bem bacanas: passeio de camelo, quadriciclo, jantar sob as estrelas.
Neste texto, vou te contar tudo que você precisa saber pra decidir se vale a pena incluir Agafay no seu roteiro. Quer descobrir se esse deserto sem dunas pode te conquistar? Então vem comigo!
Se você está em Marrakech e tem só um ou dois dias sobrando no roteiro, já pode respirar aliviado: o Deserto de Agafay está praticamente ali do lado. Ele fica a cerca de 40 quilômetros do centro da cidade, o que significa que, em menos de uma hora de carro, você já troca o som das buzinas pelo silêncio absoluto do deserto.
Isso mesmo, não precisa viajar meio mundo até o Saara para ver paisagens secas e sentir o vento quente batendo no rosto. A estrada é asfaltada na maior parte do trajeto e o caminho, apesar de não ter muitos atrativos no meio, vai te colocando no clima da mudança de paisagem.
A maioria das pessoas opta por contratar um tour com transporte incluído, o que é bem prático e evita dores de cabeça. Os passeios costumam sair no meio da tarde, assim dá tempo de curtir o pôr do sol no deserto, jantar e ter uma apresentação musical à luz das estrelas.
Aproveitando o pôr do sol para tirar fotos românticas
Então, se a ideia é encaixar uma experiência desértica no seu roteiro sem bagunçar toda a programação, Agafay pode ser a resposta. É quase como dar um pulinho no deserto antes do jantar. Literalmente.
Os principais tipos de tour no Deserto de Agafay
Se você chegou até aqui pensando que o Deserto de Agafay é só um monte de pedra pra tirar foto e voltar pra casa, prepare-se para se surpreender. Há experiências diferentes e bem organizadas pra você viver um mini roteiro no estilo “mil e uma aventuras”. E o melhor: gastando pouco — o que é sempre um bônus bem-vindo!
Aliás, os passeios para Agafay costumam ser bem baratos, o que ajuda a explicar por que são tão procurados. Mas aqui vai um conselho de viajante pra viajante: reserve com antecedência. No dia em que fiz o tour, teve gente tentando embarcar na hora, perguntando se havia vaga na van. Já estava tudo cheio.
E um ponto importante: reserve com uma agência confiável. Eu indico a GetYourGuide e a Civitatis, que oferecem boa estrutura e segurança. Quando eu fui, por exemplo, o passeio de camelo prometia ser incrível — até perceber que acontecia ao lado de uma estrada, pouco movimentada, mas que os carros passavam a sete metros de distância. O charme do deserto sumiu rapidinho.
Nosso passeio de camelo ocorreu ao lado da estrada
Pra completar, a sela de um camelo estava mal presa, e uma pessoa chegou a cair. Por sorte, caiu de pé. Mas o grupo inteiro ficou tenso com a situação.
A seguir, explico os principais tipos de tour oferecidos por lá — com dicas e observações sinceras pra você escolher com segurança e evitar perrengues.
Passeio de camelo, quadriciclo, jantar e espetáculo musical
Esse é o combo mais vendido — e com razão. Você vive a experiência completa de Agafay: passeio de camelo com roupas típicas berberes (as túnicas e turbantes estão inclusos e rendem ótimas fotos), depois parte para um tour de quadriciclo pelas colinas secas (a ordem das atividades pode variar conforme a empresa) e, à noite, aproveita um jantar sob as estrelas com apresentação musical ao vivo. Músicos tocando tambores ao redor da fogueira e, às vezes, até dançarinos compõem o espetáculo.
Nós vestimos as roupas típicas bérberes para o passeio de camelo
O passeio de quadriciclo é divertido, mas confesso que foi devagar demais pro meu gosto. Como havia pessoas pilotando pela primeira vez, o ritmo foi lento. Eu, que já tinha feito esse tipo de tour nos Lençóis Maranhenses acelerando muito mais, senti falta de emoção. Além disso, os veículos eram meio detonados. Vi outros grupos passando com modelos mais novos e potentes, claramente parte de tours mais caros.
Quadriciclo com farol quebrado e roda de trás muito gasta do nosso tour
Nas opções mais econômicas, os quadriciclos são mais velhos, o jantar é simples (geralmente um buffet com poucas opções, com um tipo de tajine e cuscuz), mas os guias são muito bons — simpáticos e solícitos, o que já faz metade da experiência valer a pena. Como os preços são baixos, a relação custo-benefício é excelente, e as avaliações são surpreendentemente altas. Se estiver buscando esse tipo de tour mais barato, recomendo dois da Get Your Guide: o da Mouslih Tour (o mais comprado) e o da Morocco Guide Smile (o mais bem avaliado).
Agora, se você procura uma experiência mais completa, com quadriciclos melhores, um jantar de nível superior (com mais variedade e melhor apresentação) e uma apresentação musical mais elaborada, há um tour excelente também disponível na GetYourGuide. Existe ainda uma versão que substitui o quadriciclo pelo buggy, ideal para quem prefere mais conforto e estabilidade.
Buggys no deserto de Agafay – Foto: GYG
Para quem prefere fazer opasseio durante o dia, há uma alternativa com almoço em vez de jantar. Nesse caso, não há apresentação musical, mas o tour inclui acesso a uma piscina, perfeita para os dias de calor intenso do deserto.
Alguns acampamentos no deserto possuem piscina – Foto: Civitatis
Passeio de camelo com jantar e espetáculo musical
Uma versão mais tranquila e sem o quadriciclo. Aqui você faz apenas o passeio de camelo (com direito às roupas típicas), aproveita o pôr do sol e depois janta em uma tenda tradicional berbere, com uma apresentação musical incluída.
É ideal para quem quer algo mais calmo, sem tanta poeira no rosto ou emoção sobre rodas. Essa opção é menos comum, por isso não há tantas ofertas disponíveis. A Civitatis tem uma versão mais sofisticada desse tour, com jantar e apresentação semelhantes aos das opções mais completas.
Jantar com apresentação musical (sem passeio)
Se camelos e quadriciclos não são a sua praia, mas você ainda quer ter uma noite especial no deserto, essa é a escolha perfeita. Você é levado diretamente ao acampamento e janta sob o céu estrelado, com pratos servidos à la carte e mesas individuais — um toque de sofisticação que não existe nos jantares coletivos dos tours mais baratos.
Apresentação é parecida com as da praça Jemaa el-Fna em Marraquech – Foto: GYG
A apresentação musical também é mais refinada, com mais músicos e dançarinos, e o ambiente é ideal para casais ou para quem busca uma noite em grupo, mas já vi relatos de viajantes solos que ficaram meio isolados. Veja aquios detalhes desse passeio.
Tour de quadriciclo no deserto de Agafay
Se o seu objetivo é sentir a adrenalina, então vá direto ao ponto: escolha um tour focado exclusivamente no quadriciclo. Esses roteiros costumam oferecer veículos mais novos, percursos mais longos e duração maior.
Nosso passeio de quadriciclo, no tour comum, durou 40 minutos
Enquanto os combos tradicionais incluem cerca de 40 minutos de quadriciclo, esses tours dedicados duram em média 2 horas. O nível de emoção vai depender do grupo, claro, mas é o melhor caminho para quem já pilotou antes ou quer se aventurar de verdade, longe do estilo “carreata turística”.
Dormir no deserto de Agafay: céu estrelado e silêncio absoluto
Sim, também dá pra dormir no deserto de Agafay. Embora a experiência não seja tão intensa quanto a de passar a noite em Merzouga (com suas dunas gigantes e atmosfera quase mística), Agafay oferece uma versão mais acessível e compacta, ideal para quem tem pouco tempo.
Tenda para se hospedar no deserto de Agafay – Foto: GYG
Para quem pode esticar o roteiro, o ideal mesmo é fazer o tour de 3 dias até Merzouga — e temos um relato completo sobre isso aqui no blog. Mas, se o tempo está curto, pernoitar em Agafay pode ser uma forma interessante de sentir um pouco da magia do deserto.
Os tours com pernoite geralmente saem no meio ou no fim da tarde e incluem: passeio de camelo, jantar típico, show musical, hospedagem em tendas com cama e banheiro privativo, além do café da manhã no dia seguinte. E claro, você ainda presencia o nascer do sol — sempre um espetáculo à parte.
Tanto a Civitatis quanto a GetYourGuide oferecem versões bem avaliadas desse tipo de tour. Se a ideia de dormir sob um céu absurdamente estrelado, em total silêncio, te atrai, pode ser uma ótima escolha.
Agafay ou Saara? Qual vale mais a pena?
Essa é uma dúvida comum entre quem visita o Marrocos: vale a pena conhecer o deserto de Agafay ou é melhor investir em uma viagem até o Saara? E a resposta, como quase tudo no mundo das viagens, depende do seu tempo, das suas expectativas e até do seu fôlego para encarar estrada.
O Deserto de Agafay é, sem dúvida, a opção mais prática. Está ali, a menos de uma hora de Marrakech, e oferece um gostinho da vida no deserto com direito a camelo, poeira, tajine e pôr do sol — tudo num bate-volta confortável. É ideal para quem tem poucos dias na cidade ou prefere não passar longas horas dentro de uma van cruzando o país.
Mas sejamos honestos: Agafay não tem o mesmo impacto visual e emocional do Saara. O Saara — especialmente em Merzouga, onde ficam as famosas dunas de Erg Chebbi — é aquilo que a gente imagina quando ouve a palavra “deserto”: montanhas de areia dourada se movendo com o vento, silêncio absoluto e uma sensação de estar em outro planeta. Sem exagero, é uma experiência quase mística.
Deserto de Erg Chebbi com novo grupo de turistas chegando de camelo
Por outro lado, pra chegar até lá você precisa de, no mínimo, dois dias inteiros, sendo quetrês dias é o ideal. A estrada é longa, são muitas horas de deslocamento e o roteiro exige disposição. Mas se você tem esse tempo e gosta de vivências mais intensas, o Saara vale cada segundo.
Parte histórica e moderna de Rabat - Foto: Ning Tranquiligold Jin (CC BY-NC-SA 2.0)
Quando a gente pensa em Marrocos, o que vem à cabeça primeiro? Marrakesh e suas medinas labirínticas? O deserto do Saara? Talvez Fès e seus curtumes coloridos ou Casablanca onde está o maior aeroporto do país. Mas, e Rabat? Pois é… a capital do país costuma ser deixada de lado por muitos viajantes, como se fosse uma capital meramente administrativa, sem graça. Mas basta chegar lá para mudar de ideia rapidinho.
Rabat é uma daquelas surpresas boas que ninguém te avisa. Uma capital que funciona, sem o caos de outras metrópoles marroquinas. Limpa, organizada e com um charme que mistura o tradicional com o moderno. Tem muralhas medievais e arte contemporânea, tem medina tranquila e bairros com cafés estilosos. E o melhor: tudo isso sem multidões te atropelando nos souks ou tentando te vender um tapete voador por dez vezes o preço justo.
Se você gosta de destinos onde é possível respirar, andar com calma, fotografar sem ter quinze pessoas passando na frente da câmera e ainda conhecer lugares autênticos, então já adianto: Rabat vai te conquistar. Neste texto, eu vou te mostrar o que fazer por lá — das atrações mais conhecidas às experiências menos óbvias, da hospedagem à comida boa e acessível. Porque Rabat pode até ser discreta, mas tem muito a oferecer a quem se dá o trabalho de explorá-la. E aí, bora descobrir juntos?
Você pode até não ter pensado em Rabat como parada obrigatória no seu roteiro pelo Marrocos, mas a capital do país tem aquele jeitinho subestimado que surpreende — e muito. Enquanto outras cidades do país gritam por atenção com buzinas, vendedores insistentes e trânsito caótico, Rabat fala baixo, com calma e elegância. É organizada, limpa e tem um ritmo próprio, mais tranquilo e agradável. Dá pra dizer que é uma capital com alma de cidade do interior (só que com museus modernos, prédios governamentais imponentes e VLT passando pelas avenidas floridas).
Soldado na entrada do Mausoléu Mohammed V
Um detalhe que já melhora a experiência logo de cara: os táxis rodam com taxímetro. Sim, você leu certo! Nada de negociar corrida a cada esquina ou sair no prejuízo por não saber o preço justo. Em Rabat, você entra no carro, o motorista liga o taxímetro e pronto — civilização! Isso já diz muito sobre a vibe da cidade: prática, honesta e sem enrolação.
E se você se preocupa com alimentação, aqui vai outro ponto positivo: Rabat oferece ótimas opções de comida boa e barata. De cafés aconchegantes a restaurantes tradicionais, é fácil encontrar lugares limpinhos e com bom atendimento, servindo pratos bem preparados por preços bem mais em conta do que você vai pagar em Marrakesh, Casablanca ou Fez. Comer bem sem gastar muito é um dos pequenos prazeres de quem visita Rabat.
No fim das contas, Rabat pode não ser o destino mais badalado do Marrocos, mas é, sem dúvida, um dos mais agradáveis. Uma cidade que não precisa de holofotes para brilhar — basta você chegar lá para perceber que o charme dela está justamente no que não grita.
Da fortaleza medieval à cidade-jardim: um mergulho rápido na história
Rabat pode até parecer discreta hoje em dia, mas sua história é digna de novela das nove — com direito a império, invasão, abandono e um retorno triunfal como capital moderna. Tudo começou lá no século XII, quando os almóadas — uma dinastia berbere poderosa — construíram uma fortaleza na foz do rio Bou Regreg. O objetivo? Lançar expedições militares rumo à Andaluzia. Foi daí, inclusive, que veio o nome da cidade: Ribat al-Fath, que significa algo como “fortaleza da vitória”.
Vista do alto do Kasbah des Oudaias
O auge dessa primeira fase de Rabat foi curto, e por muito tempo a cidade ficou meio esquecida. Quem acabou se destacando na região foi a vizinha Salé, do outro lado do rio, que floresceu como centro comercial e pirata (sim, pirata mesmo — os corsários de Salé não eram nada amigáveis no século XVII).
A reviravolta veio só no início do século XX, quando o Marrocos virou protetorado francês. Foi então que os franceses, com seu apetite por planejamento urbano, transformaram Rabat na nova capital administrativa do país, em substituição a Fez. O arquiteto urbanista Henri Prost desenhou a chamada Ville Nouvelle, um centro moderno com largas avenidas, jardins e praças que ainda hoje contrastam — de forma charmosa — com a medina histórica.
Depois da independência do Marrocos, em 1956, Rabat manteve seu posto de capital, agora com o charme marroquino complementado por um certo ar francês. E esse contraste entre muralhas medievais, ruínas romanas, avenidas arborizadas e prédios governamentais compõe a personalidade única da cidade.
Mas Rabat não vive só do passado, viu? Quando se pergunta o que fazer em Rabat, saiba que o presente também se impõe na paisagem. Um bom exemplo disso é a Mohammed VI Tower, que desponta no horizonte como símbolo da modernidade marroquina. Trata-se do prédio mais alto da África, com mais de 250 metros de altura, todo envidraçado, futurista e imponente, às margens do rio Bou Regreg. Ela é a prova de que Rabat não parou no tempo — pelo contrário, está olhando para o futuro com bastante ambição (e concreto!).
Grande Teatro de Rabat e o edifício Mohammed VI Tower
Onde hospedar em Rabat: bairros, estilos e bolsos
Escolher onde se hospedar em Rabat não é difícil, cada bairro tem uma personalidade diferente, e a sua escolha vai depender do tipo de experiência que você quer ter. A boa notícia é que a cidade é compacta, bem conectada e com preços justos. Em outras palavras, dá pra dormir bem e pagar pouco.
Medina ao entardecer em um dia de feriado
Se você quer aquela imersão marroquina clássica, com medina, riads cheios de azulejos, ruas estreitas e chamadas à oração ecoando pelas manhãs, hospedar-se na Medina de Rabat pode ser uma ótima pedida. Ela é muito mais tranquila que outras medinas do país, e ainda assim está perto de várias atrações, como a Kasbah des Oudaias e o mercado central. Entretanto, sua principal qualidade são os valores das hospedagens, muito menores que nos demais bairros próximos. Uma excelente opção com bom custo-benefício é o Dar Yanis, um riad aconchegante, bem localizado, com bom atendimento e café da manhã no terraço. Já se você procura mais conforto, o Riad Sidi Fatah é uma ótima escolha, com decoração típica marroquina, que faz o riad parecer um palácio.
Av. Mohammed V criada pelos franceses
Agora, se você prefere praticidade, ruas largas e um ambiente mais moderno e silencioso, o bairro Hassan é uma excelente escolha. Ele é central, bem servido por transporte público (inclusive o tram/VLT), e fica pertinho da Torre Hassan, do Mausoléu Mohammed V e do Parlamento. A região é bem mais cara que a medina. Ainda assim você consegue encontrar hotéis com preços medianos, se você busca uma boa opção custo-benefício o MyCityé uma ótima escolha, o flat possui decoração moderna e quartos amplos. Já para quem procura mais conforto, o BRĂAT Hôtel é um ótimos 4 estrelas, muito conceituado.
Já quem curte uma vibe mais jovem, com cafés descolados, lojas de design e vida noturna leve, pode considerar se hospedar em Agdal ou Riyad. Esses bairros mais ao sul têm um clima residencial de classe média alta, com muitos estudantes universitários e expatriados. A desvantagem são os valores mais altos de hospedagem e ficarem um pouco mais afastados das atrações turísticas, mas nada que um táxi não resolvam. Por lá, uma boa opção custo-benefício é o Atlas-Résidence by Rent-Inn, um flat moderno, com quartos amplos e que possui opções de suítes com cozinha. Já para quem busca luxo o Rabat Marriott Hotel é uma ótima opção, um dos melhores da cidade.
O que fazer em Rabat: atrações imperdíveis
Rabat pode até ser uma capital discreta, mas guarda um conjunto de atrações que surpreende quem resolve explorá-la com calma. Aqui não tem o caos turístico de Marrakesh, nem o apelo religioso intenso de Fez — e talvez seja justamente isso que torna a experiência tão agradável. Dá pra visitar os principais pontos turísticos em um e todos eles em dois ou três dias, dependendo do seu ritmo, e ainda incluir descobertas pelo caminho. Vamos a elas?
Kasbah des Oudaias: a fortaleza com vista para o Atlântico
Muralhas da Kasbah des Oudaias
A Kasbah des Oudaias é, sem dúvida, a parte mais visitada de Rabat. Essa antiga fortaleza do século XII foi construída em posição estratégica, no alto de uma colina, com vista privilegiada para o Oceano Atlântico e a foz do rio Bou Regreg. Lá de cima, o visual é belíssimo, especialmente ao entardecer, quando o sol começa a cair no mar e a luz dourada se espalha pelas muralhas.
Escadas ao redor da muralha com vista do mar
Nos últimos anos, a kasbah passou por um processo completo de restauração. Todas as suas vielas foram revitalizadas, e as fachadas das casas ganharam pintura nova: branco predominante, com detalhes em azul nas portas, janelas e vasos. O resultado é esteticamente muito bonito — lembra até aquelas vilas da Grécia, com sua harmonia entre o claro e o azul — mas é verdade que, com tanta renovação, o lugar perdeu um pouco da sua rusticidade e do ar antigo. Ainda assim, é um dos cenários mais fotogênicos da cidade.
Dentro da fortaleza, você vai encontrar o Jardim Andaluz, um pequeno refúgio com palmeiras, fontes e bancos sombreados. Logo ao lado está o tradicional Café Maure, ótimo para fazer uma pausa, tomar um chá de menta ou um café enquanto aprecia a vista para o rio. E para quem se interessa por cultura, ali também fica o Udayas Museum, também conhecido como Museu Nacional da Joalheria, instalado em um antigo palácio. Embora pequeno, o acervo traz peças tradicionais que ajudam a entender a riqueza e o simbolismo da arte marroquina no uso de metais e pedras.
Torre Hassan e Mausoléu Mohammed V: símbolo da nação marroquina
Torre Hassan ao nascer do sol – Foto: Freepik
Aqui é onde Rabat mostra seu lado mais solene. A Torre Hassan, com seus 44 metros de altura, é o que restou de uma mesquita monumental inacabada do século XII. A construção foi iniciada pelo califa almóada Yaqub al-Mansur, que queria erguer a maior mesquita do mundo muçulmano ocidental. Só que o projeto foi interrompido após sua morte, e o que restou foram colunas de pedra alinhadas como um exército petrificado, uma grandiosidade incompleta, mas cheia de simbolismo.
Entrada do Mausoléu Mohammed V com soldado em cavaloInterior do Mausoléu Mohammed V é muito decorado
Ao lado está o Mausoléu Mohammed V, construído em 1971 para homenagear o rei que liderou o Marrocos durante a independência. A arquitetura é impecável: mármore branco por fora, tetos entalhados em madeira por dentro, vitrais coloridos e mosaicos em zellige que parecem bordados nas paredes. Guardas reais em trajes cerimoniais permanecem parados nas entradas, dando ao local um ar de reverência e respeito. A entrada é gratuita, e o espaço é aberto também para não-muçulmanos, o que é algo raro no país.
Medina de Rabat: tradição sem tumulto
O que fazer em Rabat? A Medina é uma das atrações
Se você já visitou outras medinas no Marrocos, pode se preparar para uma experiência bem diferente. A medina de Rabat é tranquila, limpa e até surpreendentemente organizada. Dá pra caminhar sem esbarrar em multidões e fazer compras com bem menos pressão dos vendedores. Os souks locais vendem desde cerâmicas e tapetes até roupas e especiarias, tudo com preços mais honestos que nas cidades mais turísticas. Aproveite para observar o cotidiano local e o fluxo de moradores pela medina.
Ville Nouvelle: o traço francês no coração de Rabat
Se as medinas são um mergulho no passado medieval, a Ville Nouvelle de Rabat é o reflexo da influência francesa no século XX. Criada durante o período do protetorado francês, essa “cidade nova” foi projetada pelo urbanista Henri Prost a partir de 1912, com o objetivo de organizar a capital administrativa em torno de largas avenidas, jardins e prédios públicos imponentes. O resultado é uma área elegante, arborizada e bastante funcional, que ainda hoje concentra ministérios, sedes de bancos e hotéis clássicos.
A bonita Avenida Mohammed V com suas palmeiras e canteiro central
A principal via da Ville Nouvelle é a Avenida Mohammed V, onde é possível caminhar tranquilamente entre palmeiras, cafés antigos e construções em estilo art déco. O edifício da estação Rabat Ville e o Parlamento marroquino estão por ali, assim como várias galerias de arte, lojas de roupas e sorveterias. É um bom lugar para uma caminhada no fim da tarde, observando o cotidiano local e sentindo o ritmo calmo (quase europeu) da capital.
O lado futurista de Rabat: arte, cultura e arranha-céus
O Grande Teatro de Rabat fica na parte nova da cidade
Mais adiante, seguindo o fluxo da cidade rumo ao rio Bou Regreg, Rabat revela uma nova face — ousada, moderna e ambiciosa. É ali que está o Museu Mohammed VI de Arte Moderna e Contemporânea, o primeiro museu do Marrocos totalmente dedicado à arte do século XX em diante. O edifício é imponente, com fachada de linhas limpas, e por dentro abriga um acervo que mescla obras de artistas marroquinos e internacionais. Para quem gosta de arte e arquitetura, é uma parada imperdível.
Museu Mohammed VI de Arte Moderna e Contemporânea
Bem próximo dali, o horizonte da cidade é redesenhado por duas obras grandiosas que mostram como Rabat está de olho no futuro: o The Grand Theater of Rabat, que chama atenção com suas curvas futuristas às margens do rio, e a Mohammed VI Tower, atualmente o edifício mais alto da África, com mais de 250 metros.
Corniche e Praia de Rabat: mar, sol e moradores locais
Área beira mar em Rabat – Foto: Pixabay
A Corniche de Rabat é uma área revitalizada à beira-mar, ótima para caminhadas, corridas ou simplesmente ver o tempo passar. Aos fins de tarde, moradores fazem piquenique, crianças soltam pipa e surfistas entram no mar para aproveitar as ondas do Atlântico. A praia urbana não é das mais paradisíacas do país, mas é uma praia urbana perto das demais atrações.
Essas são as principais atrações de Rabat — e o melhor é que todas são fáceis de visitar, sem deslocamentos longos ou filas intermináveis. É uma cidade que te convida a andar, a observar, a respirar… e a se surpreender.
Sabores de Rabat, o que provar
Se tem algo que não decepciona no Marrocos, é a comida — e Rabat não foge à regra. Aliás, comer bem na capital é mais fácil e mais barato do que em outras cidades turísticas do país. A cidade tem um equilíbrio raro entre tradição e modernidade também à mesa: dá pra saborear pratos típicos em restaurantes simples e aconchegantes, experimentar receitas familiares com aquele tempero caseiro ou, se preferir, sentar em um bistrô com cara de Paris e pedir um couscous gourmet acompanhado de vinho.
O Tajine é o prato mais típico do Marrocos
Entre os pratos que você precisa provar, estão a rfissa (um prato à base de pão, lentilhas e frango, com muito cominho e caldo aromático), a bissara (sopa de fava servida com azeite e pão, ideal nos dias mais frescos) e a famosa pastilla de peixe, típica da costa atlântica, com sua mistura curiosa de doce e salgado. E claro, não dá pra sair do Marrocos sem experimentar um bom tajine — em Rabat, você vai encontrar desde os mais tradicionais, como os de frango com limão e azeitonas, até versões criativas com frutos do mar.
E tem também os cafézinhos com herança francesa, que são um charme à parte. Espalhados pela Ville Nouvelle, eles servem desde croissants fresquinhos a tartes de frutas, ideais para um lanche entre passeios.
Dicas práticas que evitam perrengue (e garantem uma experiência tranquila)
Rabat é, de modo geral, uma cidade fácil de visitar — especialmente se comparada ao ritmo acelerado e por vezes caótico de outras cidades marroquinas. Ainda assim, algumas dicas práticas podem te poupar dor de cabeça e fazer sua viagem fluir com muito mais leveza. Vamos a elas?
Melhor época para visitar
Vamos ser realistas: ninguém cruza o oceano para visitar só Rabat. A capital marroquina normalmente entra como parte de um roteiro maior, que inclui cidades como Marrakech, Fez e o deserto de Merzouga. Por isso, a dica mais útil é olhar o clima desses destinos principais, que variam mais ao longo do ano — e planejar Rabat encaixada nesse contexto.
A melhor época para viajar pelo Marrocos como um todo é entre março e maio (primavera) e entre setembro e início de novembro (outono). Nesses períodos, as temperaturas são mais agradáveis tanto em Marrakech, onde o calor do verão pode ser sufocante, quanto no deserto, que apresenta dias quentes e noites mais amenas — um equilíbrio perfeito para curtir os passeios pelas dunas de Merzouga. No verão (junho a agosto), o sul do país pode atingir temperaturas acima dos 45 °C durante o dia, tornando os tours no Saara bastante desconfortáveis.
Já Rabat, por estar na costa atlântica, tem um clima mais moderado o ano todo. Mesmo nos meses mais quentes, como julho e agosto, as temperaturas são mais amenas que em Marrakech, e o calor costuma vir acompanhado de uma brisa marítima. Ou seja: Rabat é agradável o ano inteiro.
Roupas e dress code
Rabat é uma cidade mais “cosmopolita” que outras regiões do Marrocos, mas ainda assim é recomendável vestir-se com modéstia, especialmente ao visitar locais religiosos. Calças ou saias abaixo do joelho e ombros cobertos são sempre bem-vindos.
Vista do Mausoléu Mohammed V
Segurança e abordagem de guias “espontâneos”
A cidade é considerada uma das mais seguras do país, com baixos índices de criminalidade. Ainda assim, fique atento(a) a uma situação comum em todo o Marrocos: pessoas que se oferecem para te “guiar” pelas atrações, mesmo sem você pedir. Muitas vezes, elas cobram depois — e nem sempre pouco. A dica é simples: recuse com gentileza e siga seu caminho. Se quiser um guia, contrate por meios oficiais como na Civitatis ou Get Your Guide.
Conectividade e chip de internet
Ter internet no celular ajuda bastante para usar mapas, pesquisar horários de funcionamento e até para traduzir informações. Você pode contratar um chip internacional da O Meu Chip, se quiser entender mais sobre esse assunto, leia nosso texto sobre chips internacionais. Outra opção, que costuma funcionar melhor é comprar um chip local (as principais empresas do país são a Maroc Telecom e a Orange) logo no aeroporto ou em lojas na cidade.
Tenha um seguro viagem
Pode parecer óbvio, mas vale reforçar: contrate um seguro viagem antes de embarcar para o Marrocos. Imprevistos acontecem, uma indisposição alimentar, um tropeço numa calçada, uma mala extraviada. E ninguém quer perder tempo (ou dinheiro) lidando com isso no meio da viagem. Com o seguro, você ganha a tranquilidade de saber que, se algo sair do esperado, terá suporte rápido e profissional. Acesse a Seguros Promo, uma das melhores plataformas para contratar seguros viagem e faça uma cotação.
Roteiros em Rabat: 1, 2 ou 3 dias
Rabat é uma cidade que se adapta bem ao seu tempo disponível. Seja numa parada rápida de um dia, numa estadia mais tranquila de dois ou três dias, ou mesmo como base para explorar os arredores, a capital marroquina tem um ritmo que permite conhecer bastante sem correria. Aqui vai um guia prático, dividido por durações, para você encaixar Rabat no seu roteiro de forma inteligente e proveitosa:
Roteiro em Rabat de 1 dia: o essencial
Se você tem apenas um dia em Rabat, foque no básico — mas o básico aqui já é especial.
Manhã: Comece pela Kasbah des Oudaias, que costuma estar mais vazia nas primeiras horas do dia. Caminhe pelas vielas recém-reformadas, visite o Jardim Andaluz, tome um chá no Café Maure com vista para o rio e, se quiser, entre no Museu da Joalheria. Meio-dia: Siga para a Torre Hassan e o Mausoléu Mohammed V — eles ficam bem próximos e a visita é rápida. Almoço: Aproveite para almoçar no bairro Hassan. Tarde: Faça um passeio leve pela Medina de Rabat — uma boa oportunidade para compras tranquilas e observar a vida local. Fim de tarde: Termine com uma caminhada pela Avenida Mohammed V, na Ville Nouvelle, e, se sobrar tempo e energia, um café para relaxar antes de partir.
Vista do alto do Kasbah des Oudaias
Roteiro de 2 dias: entre história e arte
Com dois dias, você já pode explorar Rabat com mais calma e incluir experiências culturais.
Dia 1: Siga o roteiro do dia anterior, mas com tempo de sobra para explorar a Medina com mais atenção e, quem sabe, pegar o tram (VLT) para voltar com tranquilidade ao hotel.
Dia 2: Manhã: Comece visitando o Museu Mohammed VI de Arte Moderna e Contemporânea. Programe pelo menos 1h30 para ver com calma as exposições. Meio-dia: Almoce na região ou, para algo diferente, atravesse para Salé e almoce próximo à marina. Tarde: Vá até a Chellah, a antiga cidade romana e necrópole merínida. Caminhe pelas ruínas, observe as cegonhas e aproveite o clima tranquilo do lugar. Fim de tarde: Retorne ao centro e faça algo leve: uma visita a um café, ou quem sabe uma sessão curta de talassoterapia em um spa — uma boa forma de fechar o dia.
Roteiro de 3 dias: descobertas fora do óbvio
Com três dias, é possível mergulhar mais fundo na cidade e ainda incluir uma escapada para lugares pouco turísticos.
Dia 3: Manhã: Visite o bairro de Yacoub Al Mansour para conhecer a arte urbana nos murais que vêm transformando a região. Meio-dia: Almoce em algum restaurante local fora da rota turística — os moradores podem indicar boas opções com comida tradicional. Tarde: Faça um bate-volta até os Jardins Exóticos de Bouknadel, a cerca de 10 km de Rabat. É um espaço de contemplação, ideal para relaxar e entrar em contato com a natureza. Outra opção é aproveitar a praia da cidade. Fim de tarde: Se for terça-feira, você pode fechar o dia no Le Petit Beaulieu, curtindo uma sessão de jazz ao vivo — uma das experiências mais inesperadas e agradáveis da cidade.
Minha primeira vez no Saara foi no Egito — aquele clássico tour ao redor das pirâmides de Gizé, montado num camelo com cara de poucos amigos e um guia puxando as rédeas enquanto você tenta manter boas poses nas fotos. Foi divertido, mas breve. Uma daquelas experiências que deixam um gostinho de “quero mais”. Desde então, fiquei com a curiosidade de viver o Saara de verdade: passar a noite nas dunas, ver o céu estrelado sem nenhuma luz por perto, sentir a imensidão do deserto em silêncio.
Essa chance apareceu quando estive no Marrocos. Escolhi fazer o tão falado tour de três dias até o deserto de Merzouga, com início em Fez e fim em Marrakech — um roteiro que atravessa paisagens completamente diferentes: montanhas geladas, vilarejos berberes, palmeirais no meio do nada e, claro, as gigantescas dunas do Erg Chebbi. Já te adianto: foi o ponto alto da viagem. Teve camelo, sim, mas também teve acampamento confortável, chá de hortelã, tempestade de areia, música ao redor da fogueira e um céu tão estrelado que parecia coisa de outro mundo.
Neste texto, vou te contar como funciona esse tour: os tipos de passeio, as cidades de partida, os lugares onde se para pelo caminho, como é a noite no deserto e — o mais importante — tudo aquilo que ninguém te avisa, mas que você vai agradecer por saber. Bora descobrir o que o Saara marroquino tem de tão especial?
Se você olhar um mapa do Marrocos e descer o olhar em direção ao leste, quase na fronteira com a Argélia, vai encontrar Merzouga. Um vilarejo pequeno, seco, com aquele clima de “fim do mundo” — e é justamente isso que o torna especial. É ali, coladinho no deserto do Erg Chebbi, que as dunas começam a subir como ondas de areia dourada. Se o seu objetivo é ver o Saara como nos filmes, esse é o lugar.
Mapa do Marrocos com os caminhos para Merzouga
Merzouga está longe?
Sim, está. Não dá pra negar. Mas a beleza do caminho compensa — e muito. Merzouga fica a cerca de 560 km de Marrakech (cerca de 9 horas de estrada) e 470 km de Fez (umas 7 horas, dependendo do humor da estrada e das paradas). Parece puxado? É porque é mesmo. Mas não é uma viagem que você faz por obrigação: o caminho entre essas cidades e o deserto é recheado de paisagens incríveis, vilarejos com casinhas de barro, palmeirais inesperados, vales profundos e montanhas que, dependendo da época do ano, ainda estão com os picos nevados.
No meu caso, o tour começou em Fez e terminou em Marrakech, e posso dizer que essa travessia foi uma das partes mais interessantes da experiência. Em um único dia, saímos de uma cidade que estava com clima ameno, passamos pela gelada e charmosa Ifrane (também conhecida como a “Suíça marroquina”, com telhadinhos europeus e até pistas de esqui no inverno) e, algumas horas depois, estávamos suando embaixo do sol escaldante de Merzouga. Prepare-se para um verdadeiro choque térmico!
Como chegar até Merzouga
Você pode até tentar ir por conta própria, de carro alugado, mas os tours organizados são, sem dúvida, a forma mais prática e confortável de fazer essa jornada — especialmente se você quer aproveitar o caminho e não se preocupar com logística.
Também existe a opção de chegar até lá com ônibus da Supratours, que vai direto de algumas cidades grandes até Merzouga, mas aí você teria que organizar tudo por conta própria: transporte até as dunas, acampamento. Além de algumas rotas saírem ou chegarem de madrugada. Dá pra fazer, claro, mas o combo do tour facilita bastante, principalmente para quem quer otimizar o tempo ou está em uma primeira viagem ao Marrocos.
Em resumo? Chegar até Merzouga exige um certo esforço — mas ele já começa a fazer parte da aventura. Porque no fundo, atravessar o Marrocos e ver a paisagem mudando aos poucos é uma das grandes graças desse passeio.
Por que Merzouga é o melhor portal para o Saara?
Se você pesquisar sobre deserto no Marrocos, vai se deparar com alguns nomes: Agafay, Zagora, Chigaga… Mas se o seu sonho envolve dunas altíssimas, areia dourada e um pôr do sol de tirar o fôlego, o nome que você deve gravar é Merzouga.
Não é qualquer deserto: é o Erg Chebbi
Merzouga está na beira do Erg Chebbi, uma área de dunas gigantes que são tudo aquilo que você imagina quando pensa no Saara. Algumas chegam a 150 metros de altura! É diferente de outras regiões desérticas do Marrocos, como o Agafay (que fica pertinho de Marrakech), onde o terreno é rochoso e sem dunas — ou seja, tecnicamente um deserto, mas com cara de pedreira.
Já no Erg Chebbi, é areia por todos os lados. Daquelas que entram no tênis, no cabelo, na mochila… e que deixam as fotos com um ar épico. O visual realmente impressiona: as dunas mudam de cor ao longo do dia, ganham tons dourados, alaranjados e até avermelhados conforme o sol vai se movimentando.
Deserto de Erg Chebbi com novo grupo de turistas chegando de camelo
Infraestrutura que respeita o viajante (e a cultura local)
Merzouga também é uma das regiões do Saara marroquino com melhor infraestrutura para turismo — e ainda assim sem perder o ar rústico e autêntico. Há acampamentos para todos os gostos e bolsos, desde os mais simples até os que oferecem camas confortáveis, banheiro privativo, jantar completo e alguns até possuem wi-fi (ok, wi-fi que às vezes funciona e às vezes finge que está ali só de enfeite).
Acampamento no deserto de Merzouga que ficamos
Além disso, é uma região onde a cultura berbere é muito presente e viva. Os guias, camelôs, músicos e anfitriões dos acampamentos são, na maioria, descendentes de povos nômades que vivem há séculos na região. E isso faz toda a diferença. Eles não estão ali apenas oferecendo um serviço, mas te recebendo na casa deles — ou melhor, nas areias deles.
Vila berbere, a frente vila antiga (abandonada) e ao fundo vila nova
Tipos de tour a Merzouga: 2, 3 ou 4 dias?
Agora que você já sabe por que Merzouga é o lugar ideal para realizar seu sonho desértico, vem a pergunta prática: quantos dias são necessários para viver essa experiência? A resposta depende do seu tempo, do seu orçamento e do seu grau de disposição para longas horas na estrada. Mas não se preocupe, vou te explicar as diferenças entre os principais tipos de tour disponíveis.
Tour de 2 dias e 1 noite – a versão expressa
Essa é a opção mais enxuta — e também a mais corrida. O roteiro costuma sair e voltar de Fez, com apenas uma noite no deserto. Curiosamente, o tempo efetivo nas dunas é praticamente o mesmo dos tours mais longos: você chega no fim da tarde, assiste ao pôr do sol, janta, dorme e vai embora depois do nascer do sol.
O problema está no resto do caminho. Como há pouco tempo disponível, as paradas nas atrações do trajeto são rápidas ou simplesmente cortadas. E como o deslocamento é longo, você passa a maior parte do tempo na estrada. Ou seja: é um tour para quem tem pouco tempo, mas ainda assim não quer deixar de viver a experiência no deserto.
Berbere arrumando os camelo para levar os turistas para o acampamento em Merzouga
Tour de 3 dias e 2 noites – o mais equilibrado
Esse foi o tour que eu escolhi — e, sinceramente, achei o formato ideal. Não à toa, é o mais popular entre os viajantes. Ele permite viver o melhor do deserto com tempo suficiente para aproveitar também os atrativos do caminho.
O roteiro varia um pouco dependendo de onde começa e termina, mas geralmente inclui paradas em lugares como as Gargantas do Todra, a Kasbah Aït Ben Haddou, a Kasbah Taourirt e, em alguns casos, o Atlas Studios, um estúdio de cinema onde foram filmadas produções como “Gladiador” e “Game of Thrones”.
O preço do tour costuma variar mais pelo tipo de acampamento escolhido do que pelo roteiro em si. Os acampamentos padrão (standard) têm tendas mais simples, muitas vezes sem banheiro privativo. Já os acampamentos de luxo oferecem tendas maiores, banheiro dentro do quarto, colchões mais confortáveis e refeições de melhor qualidade. Ou seja, a diferença é mais no conforto do que na essência da experiência. Mesmo assim, eu aconselho a pegar a versão luxo, caso você possa pagar, para ter uma tenda e um jantar melhor no deserto.
O berbere que conduz os camelos faz fotos dos turistas
Tour 3 dias saindo e voltando por Marrakech
Essa é a versão mais procurada por quem se hospeda apenas em Marrakech. No primeiro dia, o grupo segue até Ouarzazate, com paradas pelo caminho, e passa a noite lá. No segundo dia, segue até Merzouga, onde acontece a tão esperada noite no deserto. Já o terceiro dia é o mais puxado: todo o trajeto de volta a Marrakech é feito de uma vez só.
Você encontra boas opções desse tour, muito bem avaliados, tanto pela Civitatis quanto pelo Get Your Guide.
Tour 3 dias de Marrakesh a Fez
Para quem está planejando se deslocar entre as cidades, esse tipo de tour resolve duas questões de uma vez: você vive a experiência do deserto e ainda se desloca para Fez (ou vice-versa), sem precisar encarar ônibus ou voos internos. Uma observação importante, é a possibilidade de achar voos internos no Marrocos com ótimos preços comprando com antecedência.
O trajeto é praticamente o mesmo do tour de ida e volta por Marrakech, com a diferença de que, no terceiro dia, em vez de retornar para o sul, você segue viagem para o norte, em direção a Fez.
Para esse tour você também encontra boas opções, bem avaliados, tanto pela Civitatis quanto pelo Get Your Guide.
Pôr do sol no deserto Erg Chebbi em Merzouga
Tour 3 dias de Fez a Marrakech
Esse foi o meu roteiro, e aqui vai uma curiosidade: a noite no deserto acontece logo no primeiro dia. Isso tem seus prós e contras.
Por um lado, você já começa pela melhor parte — as dunas, o pôr do sol, o acampamento, a música berbere. Por outro, os dois dias seguintes parecem perder um pouco do brilho, já que o grande clímax veio logo no início. Ainda assim, achei que o roteiro teve um bom ritmo. Outro ponto positivo é que o primeiro dia concentra as horas mais longas de estrada — o que é ótimo, já que você ainda está animado. O terceiro dia, por sua vez, é o mais leve e com menos quilometragem.
Estrada cheia de curvas pelo Atlas entre Marrakech e Ouarzazate
Tour de 4 dias e 3 noites – para quem quer mais
Existe também a opção de fazer o tour com quatro dias de duração. Em teoria, parece ótimo: mais tempo no deserto, mais experiências, mais calma. Na prática, é um roteiro que costuma ser apenas uma extensão do tour de 3 dias, com uma noite extra em um hotel de Merzouga — não no acampamento nas dunas.
Ou seja, a noite no deserto continua sendo apenas uma. O dia extra é aproveitado num hotel próximo das dunas, onde você pode descansar ou contratar atividades opcionais, como passeio de quadriciclo, caminhada guiada ou visita a vilarejos locais. Funciona bem para quem quer desacelerar, mas pode deixar a sensação de que o tour perdeu o ritmo. É importante alinhar expectativas: não espere duas noites sob as estrelas.
O tour até Merzouga não é só estrada e deserto. Pelo contrário! O caminho entre as grandes cidades do Marrocos e o Saara é recheado de paradas incríveis que, sozinhas, já valeriam a viagem. E são essas paradas que fazem o tour de 3 ou 4 dias ser muito mais interessante do que apenas um bate-volta apressado. A seguir, listei os principais pontos por onde a maioria dos roteiros passa — e que fizeram parte do meu também.
Ifrane – A Suíça marroquina
Ifrane, a Suíça do Marrocos chega a nevar no inverno – Foto: Wikipédia (CC BY)
Sim, o Marrocos tem sua própria “Suíça” — ela não chega a surpreender, mas não deixa de ser bonitinha. Ifrane é uma cidade de montanha, limpa, organizada e com arquitetura completamente diferente do resto do país. Casinhas com telhado inclinado, ruas arborizadas e até pistas de esqui no inverno! Parece que você saiu do Marrocos e foi parar nos Alpes.
Essa parada é apenas para quem começa ou termina o tour em Fez. Quando passamos por lá estava bem frio (foi o início do tour), o que já deu contraste imediato com o calor que encontramos no deserto no fim do dia. Prepare a jaqueta!
Floresta de cedros e macacos no caminho
Os macacos já estão acostumados a lidar com humanos
Próximo de Ifrane, muitos tours param em uma área de floresta de cedros, onde vivem macacos selvagens — mas bem acostumados com turistas. É aquele tipo de parada rápida para esticar as pernas, tirar fotos e, com sorte, ver os macacos bem de perto (e torcer para que eles não roubem nada da sua bolsa).
Ali também costuma ter moradores locais oferecendo amendoins ainda na casca para você alimentar os macacos. Eles não cobram diretamente, mas pedem uma gorjeta, por isso é importante ter dinheiro trocado.
Vale do Ziz – Verde no meio do nada
Oásis com floresta de tâmaras na região desértica do sul do Marrocos
Ao longo do trajeto, cruzamos um dos palmeirais mais bonitos do país: o Vale do Ziz. São milhares de palmeiras enfileiradas ao longo de um rio, contrastando com as montanhas áridas ao redor.
Gargantas do Todra – O cânion cinematográfico
Cânion da Gargantas do Todra
No segundo dia do tour (pelo menos no meu roteiro), fizemos uma parada nas Gargantas do Todra. É um cânion com paredes verticais que chegam a mais de 150 metros de altura, com um riacho passando no meio e casinhas de barro nas redondezas. O lugar não tem nada de muito impressionante, mas vale para uma caminhada curta no meio do trajeto.
Kasbah Taourirt – História e barro em Ouarzazate
Kasbah Taourirt em Ouarzazate
Essa é uma parada em Ouarzazate, cidade que serve de base para muitas produções de cinema. A Kasbah Taourirt é uma antiga fortaleza de barro e palha que já foi residência de um dos líderes tribais mais poderosos do sul do Marrocos. A arquitetura é linda e cheia de passagens internas e pátios, com detalhes que mostram o estilo tradicional da construção berbere.
No meu tour, infelizmente, não tivemos tempo de entrar — a parada foi apenas para fotos do lado de fora — mas confesso que fiquei com vontade.
Atlas Studios – O Marrocos no cinema
Cenário de templo egípcio no Atlas Studios
Quem gosta de cinema pode se divertir com essa parada: o Atlas Studios, um dos maiores estúdios de filmagem a céu aberto do mundo. Já foram gravados ali filmes como Gladiador, A Múmia, Babel e até cenas de Game of Thrones.
A visita guiada leva cerca de 40 minutos e mostra sets de filmagem gigantes, que recriam cenários antigos como templos egípcios, palácios chineses e cidades bíblicas. Nem todos os tours param nesse ponto, já escutei relatos de que o motorista diz que não tem tempo, então corta essa parada.
Kasbah Aït Ben Haddou – A estrela do roteiro
Kasbah Ait Ben Haddou onde foi gravado vários filmes e séries
Deixei a mais famosa para o final. A Kasbah Aït Ben Haddou é Patrimônio Mundial da UNESCO e cenário de dezenas de filmes. É, sem dúvida, uma das paradas mais bonitas e fotogênicas do tour. A fortaleza de barro fica num vale, com pequenas escadarias e ruas estreitas que levam até o topo, de onde se tem uma vista panorâmica incrível.
Você provavelmente já viu essa paisagem em algum lugar — mesmo que não lembre. É lá que foram filmadas cenas de Game of Thrones (a cidade de Yunkai), O Gladiador, Príncipe da Pérsia e tantos outros. A subida é fácil e passando pelos becos e lojas, você nem percebe o esforço.
caminho para Kasbah Ait Ben Haddou
Curiosamente, a kasbah é muito mais impressionante vista de fora — com aquele visual monumental que parece moldado à mão pelo tempo — do que por dentro, onde boa parte das construções está vazia ou com lojas muito coloridas que não combinam com o cenário. Ainda assim, não há quem resista a entrar, explorar os becos e imaginar como era a vida ali séculos atrás.
Essas são, em geral, as principais paradas dos tours para Merzouga. Algumas empresas mudam a ordem ou o tempo em cada lugar, mas o roteiro costuma seguir esse padrão. E acredite: essas pausas no caminho não são só quebra de viagem — são parte essencial da experiência. Afinal, no Marrocos, a jornada é tão rica quanto o destino.
A noite no deserto: mais do que mil estrelas
A grande estrela do tour para Merzouga, sem trocadilhos, é passar a noite no meio do Saara. E acredite: por mais que você leia relatos, veja fotos ou vídeos, nada prepara totalmente para a experiência de estar ali, no silêncio das dunas, com o céu mais estrelado que você provavelmente já viu na vida.
No meu caso, a noite no deserto aconteceu logo no primeiro dia do tour, então tudo ainda era novidade — o calor, os camelos, o vento, o cenário alaranjado… e até a logística inusitada.
A chegada: camelos, lenços e boas-vindas
Antes mesmo de subir no camelo, o grupo parou numa área nos arredores de Merzouga, onde várias vans de diferentes agências que estão indo para o mesmo acampamento se encontraram. A espera foi até todo mundo chegar, já que as caravanas saem juntas. Cada berbere guia um pequeno grupo de camelos, geralmente entre 4 a 6.
Ali, os guias ajudam a amarrar os lenços na cabeça dos turistas, um verdadeiro ritual. Se você não comprou o seu lenço, a van pára em uma loja “estrategicamente isolada”, antes de chegar em Merzouga — com preços bem mais altos. Dica de ouro? Compre seu lenço em Fez ou Marrakech, onde é mais barato e há mais opções. No meu caso, levei um lenço beduíno, que comprei no Egito ou Jordânia que era mais grosso e menor que os tradicionais berberes. Os guias até tentaram improvisar, mas não era o ideal.
Panos enrolados no rosto para o trajeto de camelo no deserto
Primeiro ele levanta as patas traseiras, o que te joga pra frente; depois levanta as dianteiras, e você é jogado pra trás. É um verdadeiro tranco em duas etapas, como se estivesse em um simulador de montanha-russa movido a camelo. Mas depois que ele se estabiliza. Só que tem um detalhe que ninguém costuma contar: quem não está acostumado a andar a cavalo sente — e como sente — o impacto de ficar quase uma hora sobre um camelo. No nosso caso, as nádegas e as virilhas ficaram doendo no final do trajeto. O ritmo do animal vai batendo, literalmente, e o corpo vai sentindo.
O trajeto durou cerca de 50 minutos, com uma parada no alto de uma duna para ver o pôr do sol e tirar fotos. Esse é o melhor momento para fotografar no deserto, quando a luz do fim da tarde transforma a paisagem: as dunas ficam com um tom alaranjado vibrante lindo.
No final do dia as dunas ganham um tom alaranjado muito bonito
Como você não estará com a mala nem com a mochila nesse momento — elas vão de carro até o acampamento — já vá vestido com a roupa que quer usar nas fotos. Não é frescura: com aquele cenário surreal ao fundo, vale caprichar. Cores como branco e vermelho contrastam lindamente com o dourado da areia e deixam as fotos ainda mais impactantes. Essa é a hora mágica do deserto — e da sua galeria de viagem.
O acampamento: conforto no meio do nada
Os acampamentos em que ficamos estava localizado em uma área de solo mais firme e pedregoso, fora das dunas altas. Para minha surpresa, havia vários acampamentos lado a lado, uma espécie de “bairro desértico” de tendas. Os acampamentos não ficam tão ao meio do deserto, mas é em uma parte que não se vê a cidade.
Ao chegar, fomos recebidos com chá de hortelã e amendoins — já um ritual marroquino de boas-vindas. Mas nem tudo saiu como o esperado: havia mais pessoas do que tendas disponíveis, e eles foram olhando para a cara das pessoas e escolhendo onde cada um iria ficar. Dois casais teriam que ser realocados para o acampamento vizinho. E adivinha quem ia ser um deles? Sim, nós. Eles perguntaram se estava ok e nós falamos que não, reclamamos do critério parcial e expliquei que era jornalista e que estava ali para escrever sobre a viagem… e pronto: nos colocaram em uma tenda dentro do acampamento principal.
Acampamento ao entardecer
Mas essa situação também me mostrou como é importante ter cuidado ao escolher onde reservar os passeios. A minha reserva foi feita em uma pequena agência de turismo já no Marrocos, e acredito que, se tivesse feito por uma plataforma reconhecida na internet, a chance disso acontecer seria menor.
Por isso, recomendo reservar com antecedência por sites confiáveis, como a Civitatis ou a Get Your Guide. Ambas as plataformas têm tours bem avaliados para Merzouga, e o ideal é sempre olhar as notas e os comentários antes de fechar. Assim, você viaja com mais segurança e evita imprevistos como esse.
Voltando a falar do acampamento, a tenda era bastante confortável: espaçosa, com camas para quatro pessoas, banheiro privativo com vaso sanitário, pia e até chuveiro. O piso era cimentado e as paredes eram feitas de tecido reforçado com tramas vegetais, como se fosse um bambu entrelaçado. Tinha toalhas, amenidades e, apesar da areia inevitável que entra com o vento, tudo parecia limpo e bem cuidado.
A tenda no deserto “estilo luxo” é espaçosa e confortávelBanheiro da tenda, com vaso, pia e chuveiro
O jantar e a música: uma noite para lembrar
O jantar foi servido no estilo buffet, com várias opções: tajine de frango, tajine de kafta, batatas cozidas, lentilhas, macarrão, salada e frutas frescas (melancia e melão) de sobremesa. A água estava incluída, mas as outras bebidas eram cobradas à parte. As mesas eram grandes e compartilhadas, o que cria um clima de socialização entre os viajantes.
Depois do jantar, começou a apresentação musical. Sete berberes tocaram instrumentos de percussão, cantando músicas tradicionais ao redor de uma fogueira. A energia da apresentação foi contagiante, e logo começaram a chamar os turistas para dançar. A música durou uns 20 a 30 minutos, e depois disso eles deixaram os instrumentos disponíveis para quem quisesse experimentar.
Apresentação musical berbere no acampamento
A tempestade de areia: nem tudo são estrelas
Quando estávamos voltando para a nossa tenda, a noite ganhou um tom épico — e um pouco tenso: começou uma tempestade de areia. O vento ficou forte, os grãos batiam no rosto e nos olhos, e chegar até a tenda foi uma verdadeira missão. Tivemos que tapar os olhos e lutar contra o vento para conseguir caminhar. Abrir a porta já foi difícil, mas fechar foi ainda pior. Eu e minha esposa tivemos que segurar juntos para conseguir puxar a porta para o ponto onde ela seria fechada. E mesmo com tudo bem fechado, a areia entrou. E o barulho também: os panos batendo, as paredes trançadas rangendo com o vento. Resultado? Não conseguimos dormir. E não fomos os únicos: uma espanhola comentou no café da manhã que passou a noite em claro com medo da tenda voar. rsrsrs
Amanhecer no deserto: frio, beleza e dor na bunda
Às 6h da manhã, foi servido o café da manhã — muito melhor do que o de vários hotéis por onde passamos. O destaque vai para o omelete berbere, feito com molho de tomate e muito sabor. Café, chá, pães, manteiga, geleia e frutas completavam a refeição.
Logo depois, subimos uma pequena duna ao lado da tenda restaurante para assistir ao nascer do sol. A luz subindo lentamente e pintando a areia de dourado é legal. Mas confesso: o pôr do sol me impressionou bem mais. Talvez porque naquele momento estávamos no meio das dunas, em um cenário muito mais cinematográfico, com aquele visual ondulado a perder de vista. A luz da tarde também é mais quente, intensa, e deixa tudo com aquele tom alaranjado típico do Saara que a gente sonha em ver.
Na hora do sol nascer é muito frio no deserto, diferente do pôr do sol que ainda é quente
Um detalhe importante é com relação a temperatura, de manhã estava bastante frio. No final da tarde e começo da noite não estava frio, mas de madrugada e no começo da manhã fazem frio no deserto.
A volta ao ponto de partida também foi feita de camelo, sem paradas. E aqui entra um detalhe: depois da cavalgada da véspera, a bunda dói. Havia a opção de ir ou de voltar de carro por €10 euros por pessoa (2025), mas preferimos encarar o caminho no estilo tradicional como todo mundo fez. Também era possível fazer o trajeto de quadriciclo por €40 euros (uma pessoa) ou 60 (duas). Mas como estava muito frio, só quem já tinha reservado com antecedência teve coragem.
Na ida no camelo camisa e bermuda, na volta jaqueta com capuz devido ao frio
Check-list final: o que levar na mala de mão do deserto
Uma das coisas que você precisa ter em mente é que, ao chegar em Merzouga, as malas grandes normalmente ficam na van ou em algum hotel base da agência — e só uma mochila ou bolsa pequena vai com você até o acampamento nas dunas. No meu caso, todas as malas foram levadas de carro até o acampamento, o que foi ótimo, mas essa não é a regra, então é melhor se preparar como se fosse passar uma noite com o mínimo necessário.
Aqui vai um checklist do que não pode faltar:
Roupas e acessórios
Roupas leves e respiráveis para usar durante o dia (lembrando que o calor é seco)
Casaco ou jaqueta corta-vento para o início da manhã e a madrugada (mesmo no verão, esfria de madrugada!)
Segunda pele térmica (blusa e calça) – principalmente útil nos meses mais frios ou para quem sente mais frio. À noite, a temperatura pode cair bastante, e a segunda pele ajuda a manter o calor do corpo
Lenço berbere (cheche) ou outro para proteger a cabeça e o rosto do sol e da areia — já compre antes, se possível
Óculos de sol
Chapéu ou boné (se não for usar o lenço)
Roupa “boa” para fotos ao pôr do sol – pense nas cores: branco, vermelho e tons terrosos ficam boas nas dunas, sendo que a melhor é o branco. É a cor que você mais vai ver no Instagram.
Calçado fechado e confortável (nada de chinelo no deserto!)
Uma troca de roupa para dormir (especialmente se for inverno)
Itens de higiene e proteção
Protetor solar e hidratante labial
Escova e pasta de dente
Equipamentos e eletrônicos
Lanterna de cabeça ou de mão – ajuda MUITO à noite no acampamento
Carregador portátil (power bank) – o acampamento pode não ter tomada disponível em todas as tendas
Celular/câmera carregado
Extras importantes
Dinheiro em espécie (dirhams) – para gorjetas, bebidas extras e eventuais passeios
Passaporte (ou uma cópia) – é bom ter com você, mesmo que ninguém peça
Remédios básicos (para dor de cabeça, enjoo ou dor muscular pós-camelo)
Dica bônus: se tiver espaço, leve um lenço ou toalhinha dobrada para usar como “almofada” no camelo. A sela é mais dura do que parece e, se o trajeto for longo, você vai agradecer esse cuidado com suas nádegas.
Seguro Viagem
E aproveitando o embalo, aí vai mais uma dica essencial: contrate um seguro viagem. Pode parecer um detalhe dispensável, mas não é. Imprevistos acontecem — seja durante o tour no deserto, nas cidades, no deslocamento entre regiões ou até com sua bagagem. Com o seguro, você viaja muito mais tranquilo, sabendo que terá assistência médica, reembolso e apoio em situações inesperadas. E o melhor: o custo é baixo perto do gasto total da viagem e do benefício e da paz de espírito que oferece. Faça uma cotação.
Tem lugares no mundo que a gente entende logo de cara. Marrakech, no entanto, não é um desses. A cidade marroquina é daquelas que nos recebem com um tapa na cara — não de violência, claro, mas de sensações. Barulho, cheiros, cores, calor, gente falando alto, motos passando por vielas que mal cabem um carrinho de feira… tudo ao mesmo tempo agora.
E é justamente esse caos orquestrado que faz de Marrakech um destino tão marcante. É como se a cidade dissesse: “Esqueça tudo o que você conhece sobre organização e venha viver uma experiência sensorial completa”. A boa notícia? Depois do susto inicial, a gente começa a perceber a beleza no meio da bagunça. E quando percebe… já era! Você está completamente envolvido.
É difícil não se encantar com uma cidade onde o passado e o presente andam lado a lado — às vezes se trombam, brigam, mas seguem juntos. Palácios centenários dividem espaço com cafés moderninhos; mercados tradicionais convivem com lojas conceituais. Marrakech é contraditória e cativante. Uma cidade que exige entrega, jogo de cintura e disposição para o novo.
Madraça Ben Youssef
Então, se você está planejando uma viagem ao Marrocos e quer saber o que fazer em Marrakech, vem comigo. Neste guia, vou te mostrar as atrações imperdíveis, os segredos bem guardados e também aquelas dicas práticas que ninguém te conta — mas que fazem toda a diferença. Afinal, Marrakech não é um lugar para se visitar, é um lugar para se viver. E, quem sabe, se apaixonar (mesmo que de forma meio turbulenta).
Marrakech é uma cidade que mistura tradição e caos com uma intensidade única, e montar um roteiro por lá é equilibrar experiências sensoriais, históricas e culturais. Entre perder-se nas ruelas da medina, visitar palácios suntuosos, descansar em jardins escondidos e provar sabores exóticos, não faltam atividades para ocupar bem seus dias. A seguir, compartilho as principais atrações da cidade — e também dicas práticas, baseadas na minha própria experiência, para você aproveitar ao máximo tudo o que Marrakech tem a oferecer.
Marrakech ou Marraquexe?
Se você está em dúvida sobre a grafia correta, saiba que as duas formas estão certas. Marrakech é a forma internacional, usada em francês e inglês — e acabou se popularizando também entre os viajantes. Já Marraquexe é a versão oficial em português, reconhecida pelos dicionários e usada em contextos mais formais. No entanto, mesmo em textos escritos em português, é muito mais comum encontrar a grafia Marrakech, especialmente em blogs de viagem, roteiros turísticos e redes sociais.
Se perder na Medina (e gostar disso)
Imagine um labirinto sem Minotauro, mas cheio de vendedores chamando você em cinco idiomas, motos buzinando e ruas que mais parecem vielas de filme medieval. Essa é a Medina de Marrakech, o coração pulsante da cidade — e talvez o lugar onde você vai mais se perder… e se divertir com isso.
Os abajures chamam atenção na Medina
A Medina é a parte antiga da cidade, cercada por muralhas, fundada no século 11. São dezenas de ruazinhas estreitas que se entrelaçam como um novelo, e embora pareçam não seguir lógica nenhuma, elas escondem preciosidades. Mas aqui vai um alívio para quem, como eu, não gosta de se sentir desorientado: o GPS até que se sai bem em Marrakech. Ele pode se confundir em alguns trechos mais apertados, principalmente nos becos menos movimentados, mas no geral, ele costuma funcionar direitinho e te salva de dar voltas desnecessárias. Bem diferente da medina de Fez, onde o GPS praticamente entra em colapso e você tem que contar com a sorte.
Entre as ruelas da medina de Marrakech, a gente encontra de tudo: lojinhas turísticas vendendo lanternas, tapetes e pufes de couro, mas também áreas de produção artesanal com trabalho em couro, metal, madeira e tecidos — tudo feito ali mesmo, na sua frente. E engana-se quem pensa que é um espaço só para turistas: os próprios moradores fazem compras por lá. Dá pra ver barracas de frutas, legumes, açougues (com cabeças de carneiro expostas!), lojas de roupas, tênis “Nike” duvidosos e até eletrônicos. Essa mistura entre o exótico e o cotidiano é o que dá personalidade à medina: um lugar onde se compra desde temperos raros até sabão em pó — tudo no mesmo corredor.
Minha dica? Vá com tempo e sem pressa. Não adianta montar um roteiro super engessado na Medina. O melhor é explorar com o espírito aberto, aceitar os desvios e deixar que a cidade te mostre o caminho — mesmo que ele dê voltas antes de te levar a algum lugar. E uma dica de ouro para se deslocar com mais segurança: nunca ande no meio da rua. Apesar de teoricamente as vielas da medina serem exclusivas para pedestres, na prática há um fluxo constante (e muitas vezes caótico) de motos, que passam em alta velocidade e surgem do nada. Ande sempre pelo cantinho, quase encostado nas paredes — é chato, sim, mas é a melhor forma de evitar sustos.
Carros não são comuns na Medina, mas motos circulam o tempo todo
E se bater o cansaço, pare em um terraço, peça um chá de menta com muito açúcar e observe o caos lá de cima. Marrakech vista do alto é como uma coreografia caótica… mas hipnotizante.
Onde se hospedar em Marrakech: entre o caos da medina e o conforto do riad
Escolher onde ficar em Marrakech é quase tão importante quanto decidir o que visitar. A cidade é intensa, barulhenta e cheia de contrastes — por isso, o lugar onde você vai descansar depois de um dia de caminhada faz toda a diferença na experiência. E, para começar, vale entender que Marrakech é dividida, basicamente, em duas grandes áreas: a Medina (a cidade antiga, cercada por muralhas) e a Ville Nouvelle (a cidade nova, moderna e mais organizada).
Medina
Na Medina, algumas vias são mais desertas
Se você quer viver Marrakech como ela realmente é — com cheiros, sons e surpresas a cada esquina — a medina é o seu lugar. É ali que estão os famosos riads, que são construções tradicionais marroquinas com pátio interno, geralmente cheios de plantas, fontes e azulejos coloridos. Do lado de fora, eles parecem casas simples em ruas estreitas. Mas basta atravessar a porta para encontrar um verdadeiro oásis de tranquilidade, longe do caos das ruas.
Os riads são, ao mesmo tempo, hospedagem e experiência. Muitos têm poucos quartos, o que garante um atendimento mais personalizado, além de bons cafés da manhã servidos no terraço ou no pátio. Se puder, escolha um com piscina ou hamman — faz toda a diferença depois de um dia caminhando sob o sol marroquino.
Abaixo, deixo algumas sugestões de hospedagem para diferentes bolsos na parte histórica:
🟢 Hotéis Econômicos:
Riad N10
Esse riad com quartos compactos possui ótimos valores e tem sua principal vantagem a proximidade com a Praça Jemaa el-Fna. Veja fotos e valores de diárias.
Esse foi o Riad que me hospedei, os quartos são confortáveis e espaçosos e o atendimento foi incrível. Veja fotos e valores de diárias.
Riad De Vinci & Spa
Com spa interno, decoração tradicional e terraço com piscina, é uma ótima escolha para quem quer opção com lazer. Veja fotos e valores de diárias.
🔴 Hotéis Sofisticados
Riad Magie Boutique Hotel
Esse Riad se diferencia dos demais por ter uma decoração moderna, além de contar com piscina no terraço. Veja fotos e valores de diárias.
Pure House Marrakech
Uma mistura de tradição com modernidade, essa pousada é muito charmosa e bonita e conta com piscina. Veja fotos e valores de diárias.
Ville Nouvelle
O bairro de Guéliz na parte nova da cidade – Foto: Google Maps
Se você prefere uma área mais moderna, com ruas largas, supermercados, restaurantes internacionais e hotéis mais convencionais, talvez a Ville Nouvelle seja a melhor escolha. Bairros como Guéliz e Hivernage são os mais conhecidos, com boas opções de hospedagem, incluindo grandes redes internacionais. Lá, você escapa do barulho da medina — e também da magia caótica dela. Tudo depende do seu estilo.
Abaixo, deixo algumas sugestões de hospedagem na Ville Nouvelle:
Stars Hotel & Spa – com duas piscinas, uma aberta e outra coberta, o hotel conta com spa e bom café da manhã. Veja fotos e valores de diárias.
🔴 Luxo:
Dar Rhizlane, Palais Table d’hôtes & SPA – para quem busca luxo e sofisticação e quer ficar, relativamente próximo da medina, o Dar Rhizlane é uma ótima opção. Veja fotos e valores de diárias.
Jemaa el-Fna: o teatro ao ar livre mais insano do mundo
Se Marrakech tivesse um coração — daqueles que batem alto e sem descanso — ele se chamaria Jemaa el-Fna. Essa é a praça central da cidade, o ponto de encontro de tudo e todos. E não é exagero: a Jemaa el-Fna é patrimônio oral e imaterial da humanidade pela Unesco, justamente porque ali pulsa uma tradição viva, transmitida de geração em geração, que desafia o tempo e a lógica turística.
Praça Jemaa el-Fna ao entardecer
Durante o dia, a praça é uma mistura de curiosidade e estranheza. Cobras, sim, cobras mesmo — com “encantadores” que tocam flautas e tentam convencer você a tirar uma foto com elas (cuidado: isso pode custar mais do que parece!). Tem também macacos com coleiras, que são usados por alguns para entretenimento — o que, sinceramente, dá bastante dó. Além disso, ambulantes oferecem de tudo: água, chapéus e desenhos de henna nas mãos, muito comuns no marrocos.
Mas é quando o sol começa a se esconder que a Jemaa el-Fna se transforma. A partir do fim da tarde, a praça ganha vida de verdade. Aparecem grupos musicais tocando instrumentos tradicionais, contadores de histórias, artistas de rua, cartomantes… É uma espécie de teatro coletivo a céu aberto. O curioso é que os grupos musicais ficam muito próximos, um dos outros, fazendo com que a música até se misture.
Enquanto de dia o que mais chama atenção na Jemaa el-Fna são as barracas de suco, à noite é a vez das barraquinhas de comida dominarem a cena. São dezenas de vendedores lado a lado, servindo suco de laranja fresquinho por preços tentadores, e mais tarde, pratos típicos como espetinhos, tajines, harira (sopa), cabeça de carneiro e até caracóis cozidos (!). A fumacinha subindo, o cheiro das especiarias e a movimentação constante dão à praça um clima vibrante e quase hipnótico. Mas, como o Marrocos é um país que ainda enfrenta problemas com higiene, eu optei por não me arriscar a comer ali, apesar de algumas comidas parecerem bem apetitosas.
Tendas de suco na praça Jemaa el-Fna
Uma dica que faz toda a diferença: suba ao terraço de um dos cafés ao redor da praça. De lá de cima, a vista é espetacular. Você vê a movimentação frenética das pessoas, ouve os sons misturados dos músicos e das vozes, e ainda consegue dar uma pausa no meio do caos com um chá de menta ou um café com especiarias.
Palácios, Túmulos e Madraças: mergulho na arte e na história de Marrakech
Marrakech pode ser caótica e barulhenta do lado de fora, mas por trás de muros discretos e portões de madeira entalhada, esconde-se um outro universo — sereno, detalhado e artisticamente deslumbrante. A cidade guarda verdadeiras joias da arquitetura islâmica e da história marroquina, em palácios, túmulos e antigas escolas religiosas que impressionam tanto pela grandiosidade quanto pelo refinamento dos detalhes. Visitar esses espaços é mergulhar em séculos de cultura, arte e poder, e entender como Marrakech foi, por muito tempo, um dos centros mais importantes do mundo islâmico no norte da África.
Palácio da Bahia
Palácio Bahia possui detalhes que chamam a atenção
O palácio mais visitados é o Palácio da Bahia, construído no século XIX e que impressiona pelos pátios amplos, mosaicos coloridos e tetos de madeira entalhada. Dá para passar bastante tempo admirando os detalhes, imaginando como era a vida da elite marroquina em tempos passados. Por ser tão popular, o palácio costuma ficar bem cheio, especialmente entre o fim da manhã e o início da tarde, então vale a pena tentar chegar cedo — assim você aprecia com mais calma (e com menos gente na frente da sua câmera).
Palácio Bahia é um das atrações mais visitadas de Marraquexe
Palácio El Badi
Palácio El Badi
Já o Palácio El Badi é o oposto: está em ruínas, passando por reformas e não é muito visitado, mas carrega grande imponência. Caminhar entre seus muros altos e imaginar como ele foi grandioso é um exercício de imaginação.
Túmulos Saadianos
Os Túmulos Saadianos não são uma atração muito visitada
E não dá para deixar de fora os Túmulos Saadianos, uma joia escondida atrás de muros altos que, por séculos, ficou esquecida. Redescobertos apenas no início do século XX, os túmulos abrigam os restos mortais da dinastia Saadiana, que governou o Marrocos no século XVI. O lugar impressiona pela riqueza dos detalhes — colunas de mármore e mosaicos zellige. É uma visita curta, mas muito impactante, tanto pela beleza quanto pela atmosfera solene do espaço.
Madraça Ben Youssef
Madraça Ben Youssef no começo da manhã, enquanto as multidões ainda não chegaram
Outro lugar que merece destaque é a Madraça Ben Youssef, uma antiga escola corânica que é, sem exagero, um dos lugares mais bonitos de Marrakech. O prédio, que passou por uma restauração recente, é uma verdadeira obra-prima da arquitetura islâmica: pátio central com espelho d’água, paredes revestidas de estuques e azulejos geométricos, e salas que mostram como era a vida dos estudantes que ali viviam e estudavam o Alcorão.
Caminhar por seus corredores é como entrar em um templo da estética — cada detalhe parece ter sido pensado para inspirar. Assim como o Palácio da Bahia, a madraça costuma ficar bem cheia, então a dica é a mesma: chegue cedo, logo na abertura, ou deixe para o final do dia, quando o movimento diminui e a luz do sol desenha sombras lindas sobre os arcos e mosaicos.
Museus de Marrakech: arte, história e fotografia entre pátios e azulejos
Além dos palácios e madraças, Marrakech também abriga museus que ajudam a entender melhor a cultura marroquina sob diferentes perspectivas — seja pela arte tradicional, pela música ou pela fotografia. Eles não costumam ser grandes, mas cada um tem seu charme e oferece uma pausa interessante no roteiro pela cidade.
Museu de Marrakech
Museu de Marrakech vale a visita
O Museu de Marrakech, instalado em um antigo palácio restaurado, é uma boa porta de entrada. Sua arquitetura é o grande destaque: um pátio central lindíssimo, com uma fonte, lustres gigantes e detalhes em zellige que rendem ótimas fotos. O acervo mistura arte tradicional marroquina com peças contemporâneas e exposições temporárias. Vale a visita, especialmente se você já estiver explorando a região próxima à madraça Ben Youssef.
Casa da Fotografia de Marrakech
Casa da Fotografia de Marrakech
Já a Casa da Fotografia de Marrakeché um museu mais voltado para quem tem interesse específico na arte fotográfica. O espaço é pequeno, distribuído em três andares, e abriga uma coleção de imagens históricas que retratam o Marrocos da primeira metade do século XX.
Eu gostei bastante da visita — mas confesso que isso tem muito a ver com o fato de eu ser fotógrafo. Para quem curte história visual e tem curiosidade em ver o país retratado por lentes antigas, é uma parada bem interessante. No terraço, ainda há um café com vista para os telhados da medina.
Museu da Música
Museu da Música possui instrumentos típicos da África
Com o mesmo ingresso da Casa da Fotografia, você pode visitar também o Museu da Música. Apesar de pequeno, o museu é muito bem montado e me surpreendeu. Ele exibe instrumentos musicais típicos africanos, não apenas do Marrocos, e apresenta representações visuais e sonoras das tradições musicais do continente. É uma visita curta, mas enriquecedora, principalmente para quem gosta de música e quer conhecer um pouco mais da diversidade cultural africana além do que se ouve nas ruas.
Jardins e respiros: Majorelle, Menara e outras pausas verdes
Depois de algumas horas caminhando na medina, com buzinas estourando nos ouvidos, vendedores disputando sua atenção e uma avalanche de estímulos visuais e sonoros, uma coisa fica clara: Marrakech exige pausas estratégicas. E felizmente, a cidade oferece alguns oásis perfeitos para isso — lugares onde o tempo desacelera, o barulho desaparece e o verde toma conta. São os jardins, espaços que funcionam quase como válvulas de escape dentro do ritmo alucinante da cidade.
Jardim Majorelle
Jardim Majorelle é a parte mais colorida e instagramável da cidade
O mais famoso de todos é o Jardim Majorelle, um verdadeiro refúgio botânico que parece saído de um quadro. Criado pelo pintor francês Jacques Majorelle e mais tarde comprado e restaurado por Yves Saint Laurent, o espaço mistura plantas exóticas de diferentes continentes com cores vibrantes, especialmente o azul intenso que virou marca registrada do lugar. Caminhar por ali é uma experiência sensorial: o som da água correndo, o contraste das cores, o frescor na sombra das palmeiras… Tudo convida à contemplação.
Não por acaso, esse é também o lugar mais instagramável de Marrakech, é um prato cheio para quem gosta de fotografia. O jardim é bem concorrido e há limite de entrada por turno (de 30 minutos), por isso é indicado comprar ingresso com antecedência, acesse o site oficial.
Jardim Menara
Jardim Menara – Foto: Wikipedia
Já o Jardim Menara oferece uma experiência bem diferente. Aqui, o cenário é mais amplo e silencioso, com um grande espelho d’água rodeado por oliveiras centenárias e, ao fundo, a vista das montanhas do Atlas (em dias claros, o visual é espetacular). É um lugar menos turístico e mais frequentado por moradores locais.
Jardim Secreto
Jardim Secreto – Foto: divulgação
Outro espaço turístico — e bem mais central — é o Jardim Secreto (Le Jardin Secret), escondido no meio da medina, a poucos minutos da Jemaa el-Fna. Apesar do nome, ele está longe de ser apenas um segredo turístico: o jardim é uma reconstrução belíssima de um antigo palácio do século XIX, com áreas verdes bem cuidadas, fontes, arquitetura islâmica refinada e um minarete que pode ser visitado com vista panorâmica da cidade.
Sabores de Marrakech: tajines, couscous e um chá à moda berbere
Viajar pelo Marrocos é também uma aventura para o paladar — uma chance de explorar sabores intensos, combinações inusitadas e aromas que nos acompanham mesmo depois da refeição. A culinária marroquina é rica, perfumada, cheia de especiarias… e, diferente do que muitos pensam, não é tão barata assim. Em comparação com países vizinhos — ou até mesmo com o Brasil —, comer em Marrakech pode sair caro. Falo por experiência própria: na minha primeira visita ao Marrocos, tudo parecia incrivelmente acessível, inclusive a comida. Já desta vez, tive a sensação de que os preços — tanto da alimentação quanto da hospedagem — estavam inflacionados, especialmente na área turística da cidade. Prepare-se para comer bem, sim, mas sem esperar economia em cada refeição.
Tajine, couscous e outras delícias marroquinas
O prato mais emblemático do país é o tajine, que também dá nome à panela de barro com tampa cônica onde ele é cozido lentamente. O método concentra os sabores e o aroma das especiarias, resultando em um prato encorpado e cheio de personalidade. Pode vir com frango, cordeiro, carne bovina ou apenas legumes, geralmente acompanhado de frutas secas, nozes ou azeitonas. Mas atenção: não espere arroz ou salada. O tajine costuma ser servido apenas com pão marroquino, e se você come bem, talvez um prato sozinho não seja suficiente.
O Tajine é o prato mais típico do Marrocos
Outro clássico é o couscous marroquino, tradicionalmente servido às sextas-feiras, mas facilmente encontrado nos cardápios todos os dias. Vem com legumes cozidos e carne sobre uma cama de sêmola, e diferente do tajine, costuma ser mais farto — é um prato pensado para partilhar.
Couscous é um prato típico, gostoso e muito bem servido
Agora, se quiser ousar um pouco mais, experimente a pastilla: uma torta folhada com recheio de frango, amêndoas, especiarias, açúcar e canela. É um prato tradicional e muito elogiado, mas… confesso que não caiu bem no meu paladar. Essa mistura doce-salgada me pareceu exótica até demais, mas vale provar para tirar a própria conclusão.
O chá de menta: mais que uma bebida, um ritual
Se o Marrocos tivesse que ser representado por uma única bebida, seria o chá de menta com açúcar. Presente em todas as refeições — e também fora delas —, o chá é mais do que refrescante: ele é símbolo de hospitalidade. Derramado de uma certa altura, para criar espuma no copo, o gesto de servir chá é quase cerimonial. Recusar um chá no Marrocos é como recusar uma conversa. Eu aceitei todos os convites e tomei tanto chá que, quando voltei ao Brasil, confesso que senti falta. Ele virou parte da minha rotina durante a viagem — e um pequeno ritual de pausa no meio do dia.
Nós tomamos chá de hortelã em um café com vista para a praça Jemaa el-Fna
Jantares com espetáculo: música, dança e fantasia marroquina
Marrakech também sabe como transformar o jantar em entretenimento. Diversos restaurantes oferecem jantares com apresentações ao vivo, incluindo música tradicional, dança do ventre, instrumentos típicos e até performances com tambores. É um verdadeiro show para acompanhar o tajine — ou talvez o contrário.
O mais famoso deles é o Chez Ali, um complexo nos arredores da cidade que oferece uma experiência completa ao estilo das Mil e Uma Noites. O programa inclui dançarinas, cavaleiros árabes em performances coreografadas e até acrobacias, tudo em um cenário que mistura fantasia e folclore. Não é uma experiência barata, mas o valor já inclui transporte de ida e volta desde o seu hotel, o que torna tudo mais prático. Veja os preços aqui.
A apresentação do Chez Ali é a mais famosa da cidade – Foto: divulgação
O que fazer nos arredores de Marrakech: montanhas, vilarejos e o deserto mais incrível do Marrocos
Marrakech é fascinante, mas pode ser intensa demais se você passar muitos dias seguidos por lá. A boa notícia é que, nos arredores da cidade, há uma série de experiências que oferecem uma pausa do caos urbano — e, melhor ainda, revelam outras facetas do Marrocos, com paisagens grandiosas, vilarejos tradicionais e a natureza em sua forma mais crua.
Deserto de Agafay: o “semi-Saara” mais perto de Marrakech
Fica a apenas 40 km de Marrakech e, apesar de muitas agências o chamarem de “deserto”, é importante alinhar as expectativas: o Deserto de Agafay não é um deserto de areia, como o Saara, mas sim um deserto de pedras, com paisagem árida e montanhosa. Ainda assim, ele tem seu charme — especialmente ao pôr do sol, quando as cores do céu criam um cenário digno de foto.
Passeio de quadriciclo no Deserto de Agafay
Esse é, disparado, o passeio mais comum fora de Marrakech, justamente por ser perto, acessível e visualmente interessante. Há várias variações desse tour, mas o mais comum inclui um passeio de camelo, passeio de quadriciclo, jantar típico marroquino sob as estrelas com apresentações musicais ao vivo. Eu fiz esse passeio e achei que tem um bom custo-benefício, especialmente para quem nunca teve contato com paisagens desérticas. No entanto, para quem já foi ao deserto de Merzouga (como foi o meu caso), o cenário de Agafay pode parecer menos impressionante. Fica a sensação de “deserto de entrada”, uma versão mais prática, mas que não se compara em beleza à imensidão de dunas douradas do Saara.
Uma observação importante: durante o passeio, presenciei uma situação delicada — uma pessoa caiu do camelo porque a sela não estava bem presa. Foi um susto, e serviu de alerta. Por isso, tenha atenção onde contratar o tour. Se você pretende fazer esse passeio, eu indico ver as opções da Civitatis.
Vale do Ourika: um bate-volta rápido para ver cachoeiras e montanhas
Vale do Ourika – Foto: Wikipedia
A cerca de uma hora de Marrakech, o Vale do Ourika é uma das escapadas mais populares entre os turistas. Localizado nas encostas das Montanhas do Atlas, o vale oferece um cenário bem diferente da cidade: vegetação verde, rios correndo entre pedras e vilarejos berberes onde a vida segue em outro ritmo.
A trilha até as cachoeiras de Setti Fatma é o ponto alto do passeio, mas exige um pouco de preparo físico (e sapatos com boa aderência). É um passeio para quem vai ficar mais tempo em Marrakech e quer ver um lado mais rural do país. Veja aqui mais informações sobre o tour ao Vale do Ourika.
Tour de 3 dias até o deserto de Merzouga: a experiência mais marcante da viagem
Mas se você tiver tempo — e disposição para longas horas de estrada —, o tour de 3 dias até o deserto de Merzouga, no Saara, é simplesmente imperdível. Para mim, foi a parte mais incrível de toda a minha viagem de duas semanas pelo Marrocos. O percurso entre Marrakech e Merzouga é longo (são quase 600 km), mas o trajeto em si já é uma aventura: passamos pelo Alto Atlas, cruzamos paisagens cinematográficas, paramos em vilarejos berberes, visitamos o impressionante ksar de Ait Ben Haddou (patrimônio da humanidade e cenário de filmes como Gladiador e Game of Thrones) e seguimos rumo ao sul, atravessando o Vale do Draa, com seus oásis e palmeirais intermináveis.
A visita o Saara no Merzouga foi a melhor parte da minha viagem ao Marrocos
Ao final do segundo dia, chegamos às dunas de Erg Chebbi, perto da vila de Merzouga. De lá, seguimos em um passeio de camelo até o acampamento no meio do deserto. Dormir sob um céu absurdamente estrelado, ouvir música berbere ao redor da fogueira e ver o nascer do sol entre as dunas foram momentos que me marcaram profundamente. Mesmo tendo enfrentado uma tempestade de areia enquanto estávamos na fogueira — que tornou tudo ainda mais cinematográfico —, posso dizer que vale cada minuto de estrada. E olha que não foram poucos.
Gostou nas nossas dicas sobre o que fazer em Marrakech? Qual parte da cidade você achou mais ou menos interessante? Deixa seus relatos nos comentários.
Para quem chega a Itacaré de ônibus, o terminal rodoviário de Itacaré é o primeiro ponto de contato com a cidade. Como Itacaré não possui aeroporto, muita gente acaba chegando por via terrestre, especialmente saindo de Ilhéus — onde está o aeroporto mais próximo. Nesse caso, é a opção mais barata é justamente o ônibus que liga Ilhéus a Itacaré.
Mas não espere encontrar um local moderno ou bonito. A rodoviária é simples, pequena, sem grades e totalmente aberta — a ponto de qualquer pessoa (ou cachorro) circular livremente entre as plataformas. Ainda assim, cumpre seu papel para quem quer explorar esse pedaço do litoral sul da Bahia.
Como é o Terminal Rodoviário de Itacaré?
O terminal rodoviário de Itacaré é compacto e direto ao ponto. Com capacidade para, no máximo, quatro ônibus ao mesmo tempo, ele funciona bem dentro da proposta de uma cidade pequena e acolhedora. A estrutura é básica: duas lanchonetes modestas que servem salgados, sucos e aquele cafezinho que ajuda a espantar o cansaço da estrada, além de uma pequena loja com lembranças e itens de conveniência.
Totalmente aberto, o terminal não tem portões ou controle de acesso — o que torna o ambiente bem informal. E por informal, entenda literalmente aberto: além dos passageiros que circulam ali diariamente, é comum ver moradores aproveitando o espaço para descansar um pouco e, de vez em quando, até um bêbado aparece por lá, dando aquele clima pitoresco típico de cidade pequena.
O terminal possui apenas cerca de 30 cadeiras, por isso, nos horários de maior movimento, pode não encontrar lugar para sentar.
Terminal rodoviário de Itacaré
Rodoviária de Itacaré: localização estratégica e acesso fácil
A Rodoviaria de Itacaré tem uma localização central, o que facilita bastante a vida de quem chega. Ela fica a apenas 400 metros da Rua Lodônio Almeida, uma via de trânsito exclusivo de pedestres, repleta de restaurantes e bastante movimentada à noite. Está também a 600 metros do início da Rua Pedro Longo, conhecida popularmente como Pituba, a mais famosa da cidade, cheia de bares, lojas e agito noturno. A Pituba é longa: sua outra extremidade está a 1,1 km da rodoviária.
A maioria dos hotéis e pousadas está concentrada no bairro da Concha, e mesmo os mais distantes não passam de 1,5 km de caminhada até o terminal. Para quem gosta de atalhos, existe um caminho por trás da rodoviária que sai numa rua paralela e economiza cerca de 50 metros — um segredo que não aparece no Google Maps, mas que todo morador local conhece.
Uma observação importante: os táxis de Itacaré trabalham com tarifa fixa. Mesmo que o seu destino fique a menos de 1 km, você pagará o mínimo, de R$30 (2025).
As linhas que partem de Itacaré
Apesar do movimento turístico, não há muitas linhas de ônibus partindo da rodoviária. A mais importante é a linha Itacaré–Itabuna, operada pela Rota Transportes. Ela passa por Ilhéus, sendo ideal para quem chega ou vai embora de avião. De Itacaré até Ilhéus são cerca de 2 horas de viagem; até Itabuna, o trajeto leva aproximadamente 3 horas.
Essa mesma linha é usada por moradores e turistas que querem visitar as praias rurais, como Itacarezinho, Havaizinho e Engenhoca. Durante a manhã, é comum ver pessoas comprando a passagem na hora para essas praias. Mas se o seu destino for o aeroporto de Ilhéus, o mais seguro é garantir seu bilhete com antecedência.
Rodoviária de Itacaré
Península do Maraú
Muita atenção se o seu destino for a Península de Maraú, especialmente Barra Grande. Existe um ônibus que sai de Itabuna, passa por Itacaré e segue até a cidade de Maraú, mas ele não atende diretamente quem deseja chegar à península. Isso porque ele vai apenas até a sede do município, que está a cerca de 30 km de Barra Grande — e o acesso entre os dois pontos é feito por uma estrada de terra em condições bem irregulares.
A melhor alternativa para quem quer visitar a Península de Maraú é alugar um carro em Ilhéus (veja preços aqui), onde há locadoras que permitem esse trajeto. Em Itacaré, as locadoras de veículos proíbem expressamente a ida até a península e, caso você desobedeça, pode sofrer multas contratuais. Por isso, se esse for o seu roteiro, planeje com antecedência.
Itacaré – Bom Despacho
Outra linha relevante é a que vai de Itacaré até Bom Despacho, terminal de balsas de onde é possível atravessar para Salvador. No caminho, esse ônibus também passa por Camamu (de onde saem lanchas para Barra Grande, na Península de Maraú e Boipeba), Valença (embarque para Morro de São Paulo). Essa linha é operada pela Cidade do Sol e pela Águia Branca, e tem poucos horários por dia. O trajeto completo até Bom Despacho leva cerca de 5h30; até Camamu são 60 minutos e até Valença, cerca de 2h30.
Se estiver em grupo, também é possível negociar com taxistas o trajeto direto até o aeroporto de Ilhéus. Com quatro pessoas, o custo por pessoa não é muito maior que o valor da passagem de ônibus — com o conforto extra de uma viagem sem paradas feita na metade do tempo.
Onde se hospedar
Antes de finalizar o planejamento da sua viagem, vale uma dica importante: escolher bem a pousada faz toda a diferença na experiência em Itacaré. A maioria dos hotéis e pousadas está concentrada no bairro da Concha, que é considerado o melhor local para se hospedar em Itacaré. Ele fica perto de tudo — da rodoviária, da Pituba e da praia — e, ao mesmo tempo, mantém um clima tranquilo, ideal para descansar depois de um dia de passeios. Por isso, é a escolha mais certeira para quem quer praticidade sem abrir mão do sossego.
Se você busca mais conforto e estrutura, o Aldeia do Mar Hotel é uma excelente escolha. Situado à beira-mar, no canto esquerdo da Praia da Concha, o hotel combina sofisticação com natureza, oferecendo chalés espaçosos em meio a um belo jardim tropical. Com piscina, restaurante, bar, acesso direto à praia com barraca exclusiva, é uma ótima opção para quem quer relaxar com estilo e ainda estar perto das principais atrações da cidade.
Já para quem procura um bom custo-benefício, a Pousada Abaré é uma opção bastante elogiada. Ela não fica a 350 metros do mar, é bonita e com ótimo preço.
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