InícioÁsiaCambojaPhnom Penh, a cidade de contrastes

Phnom Penh, a cidade de contrastes

Phnom Penh, essa palavra de grafia difícil e de fácil pronúncia (pronuncia-se Nón Pén) é o nome da capital do Camboja. Phnom Penh não é uma cidade muito conhecida, nem grande destino de turistas, mas é justamente seu lado exótico que faz dela um destino interessante!

Leia também: Vale a pena visitar o Camboja?

Phnom-Penh
Foto de: Ariel Leuenberger (CC BY)

Camboja

O Camboja em si, já é um lugar exótico. Na verdade, para nós ocidentais, todo o sudeste asiático é exótico. Entretanto, o Camboja pode ser considerado ainda mais! Um dos motivos foi que o desenvolvimento chegou mais tardio a esse país. O resultado disso foi que o país manteve suas tradições e caminha a passos mais lentos em direção a ocidentalização. Um simples exemplo é a ausência de fast foods. Eu andei bastante em Phnom Penh e não vi em nenhum lugar fast food ocidental. Há outros países ainda menos ocidentalizados que o Camboja, como o Laos e o Myanmar, porém esses dois países não são tão abertos a receberem turistas e possuem pouca infraestrutura. Por isso, para um viajante mais “conservador” o Camboja é uma ótima dica de país exótico no sudeste asiático.

Leia também: Angkor, a impressionante cidade dos templos de pedra

angkor-siem-reap
Monges em Angkor Wat – Foto de: Brian Jeffery Beggerly

O Camboja, pode-se dizer, é um pacato país. Sua maior cidade é a capital Phnom Penh, que apesar de possuir 1,5 milhão de habitantes, possui ares de cidade do interior. Em comparação à Tailândia e ao Vietnã, o Camboja é um lugar tranquilo, onde as ruas possuem menos fluxo de automóveis e os habitantes são mais calmos. Entretanto, assim como em todas as grandes cidades do sudeste asiático, Phnom Penh também é caótica.

marcado-central
Mercado Central de Phnom Penh – Foto de: Christopher (CC BY)

Modernidade e tradição

Phnom Penh é um misto de modernidade e tradição. A cidade já possui arranha-céus e avenidas largas, porém não tem cara de metrópole. Seus típicos mercados que vendem produtos agropecuários e artesanatos parecem que pararam no tempo. O Mercado Russo é um dos mais turísticos. É um lugar onde se encontram vários tipos de produtos: carnes, peixes, frutas, verduras, roupas, artesanatos e muito mais. Para os mais corajosos é possível almoçar em quiosques que vendem comida típica e barata. Entretanto, o mercado não se resume a sua estrutura física. Em seus arredores, vendedores expõem suas mercadorias em carrinhos de madeira e no chão em plena rua. Enquanto se caminha, é necessário prestar atenção no trânsito, para não ser atropelado por alguma moto ou carro. É algo meio caótico para nossos padrões!

mercado-russo
Arredores do Mercado Russo

Phnom Penh é cortada pelo Rio Mekong, um rio bem largo que deságua no Vietnã. Na região do centro histórico há um calçadão muito agradável ao lado do rio. Pessoas andam tranquilamente, crianças brincam e idosos fazem tai chi chuen na beira do rio. Porém, a dois quarteirões do rio há ruas que são impossíveis de se caminhar pela calçada. Ambulantes tomam conta do espaço e os pedestres precisam caminhar na rua em meio aos carros. São os contrastes da cidade.

calcadao-rio-mekong
Calçadão as margens do rio Mekong – Foto de: EyeofJ (CC BY-ND)

Palácio Real do Camboja

A maior atração turística da cidade é o Palácio Real. O palácio, que ainda hoje serve de residência para o rei, foi construído em 1860. O complexo é grande e o turista pode visitar grande parte dele. O lugar é muito interessante e os prédios se mantêm preservados e os jardins bem cuidados. A Sala do Trono é o principal prédio, pois é o local onde o rei recebe seus conselheiros e realiza cerimônias religiosas e reais. Outro lugar de destaque é a Pagoda Prateada que é um templo budista dentro do palácio. Possui uma parte do chão de prata e um Buda adornado com 2 mil diamantes. O Palácio abre diariamente das 8:00 às 17:00 horas. Para os padrões de Phnom Penh é uma atração turística cara, US$6,50, mas vale a pena! Entretanto, se você já tiver visitado o Grande Palácio Real de Bangkok não achará tanta graça, pois o palácio tailandês é mais grandioso e imponente que o do Camboja.

Palacio-real-camboja
Sala do Trono – Palácio Real do Camboja
Pagoda-prateada
Pagoda Prateada

Wat Phnom

Wat significa templo e essa palavra é utilizada em vários países budistas do sudeste da Ásia. O Wat Phnom é um antigo templo de Phnom Penh que já foi reconstruído várias vezes. A primeira construção foi em 1373 e a versão atual é de 1926. O templo fica em cima da única colina da cidade, mas não vá achando que encontrará uma boa vista, pois a colina mede míseros 27 metros. O templo não chega a ser uma obra-prima, mas não deixa de ser interessante. A entrada custa US$1 e o interessante é que só há a bilheteria, não há ninguém para recolher os ingressos na entrada do templo.

Phnom-Penh-cambojawat-phnom

Museu do Genocídio Tuol Sleng (S-21)

Essa é a atração para quem tem o estômago forte! Durante os anos em que o grupo comunista Khmer Vermelho assumiu o poder no Camboja, de 1975 a 1979, existiu muita perseguição e massacre de opositores. Uma escola de ensino médio foi transformada na Unidade de Aprisionamento e Interrogatório S-21 ou Tuol Sleng, que em Khmer significa “Montanha das Árvores Venenosas”. A escola além de ser transformada em prisão, algumas salas de aula eram subdivididas em mini-celas, também foi um centro de interrogatório e tortura. Poucas pessoas que passaram por lá sobreviveram. Não foi um lugar que eu gostei, pois a visita é “bem pesada”. Mas, não deixa de ser interessante. O ingresso custa US$2.

Tuol-Sleng-s21
Um dos prédios do colégio que foi transformado no Tuol Sleng

Campos de Extermínio Choeung Ek

O Choeung Ek é um local que complementa a história do S-21. Depois de passar pelo S-21, muitas pessoas eram levadas a campos de extermínio. Choeung Ek é o mais perto de Phnom Penh, fica a 17 km da capital. Lá as pessoas eram executadas e enterradas. Estima-se que 15 mil pessoas passaram por lá. Eu não cheguei a ir em Choeung Ek, pois já não havia gostado de conhecer o S-21 e dizem que no campo de extermínio a visita é ainda mais pesada. O jeito mais comum de chegar em Choeung Ek é indo de tuk-tuk. E todos os motoristas de tuk-tuk te recomendam a visita, pois o local é longe e eles irão ganhar mais que fazendo um trajeto dentro da própria cidade! Essa é uma visita mais cara, o ingresso custa US$6 e inclui um áudio guia. Tanto o S-21 quanto o Choeung Ek funcionam diariamente das 7:00 às 17:30 horas.

Choeung-Ek
Foto de: Shankar S. (CC BY)

Alimentação

Como já havia dito, não há fast foods em Phnom Penh. Na maioria dos restaurantes você encontrará comida local. Pratos com arroz ou macarrão misturados com carnes são os mais comuns. Porém, o que achei mais interessante foi a praça de alimentação do shopping. Há um shopping na cidade, que fica ao lado do Mercado Central, perto do Wat Phnom. Sua praça de alimentação é bem diferente das praças de alimentação que conhecemos. Não há grandes restaurantes e em nenhum deles vendem hambúrgueres, pizzas ou lasanhas. Todos os restaurantes são bem pequenos e vendem vários tipos de comidas locais. Você não paga diretamente no restaurante, precisa comprar uma fichinha que é trocada pela comida. É um sistema parecido com barraquinhas em festa junina. E a refeição é bem mais barata que no centro histórico.

camboja
Praça de alimentação do shopping de Phnom Penh – Foto de: Axel Drainville (CC BY-NC)

Mas, se você acha que por causa disso, esse é um local desorganizado, você está muito enganado! O local é bem limpo e tem suas regras: não se pode tirar foto, nem levar alguns objetos inusitados, como pode ser visto pela imagem abaixo. Phnom Penh é mesmo um lugar diferente!

camboja
Placa na praça de alimentação do Shopping, abaixo caixas que vendem as fichas – Foto de: Daniel Miranda

Para encontrar hotéis em Phnom Penh clique aqui.

LEIA TAMBÉM:

-Angkor Wat, um dos templos mais bonitos do mundo

-Como chegar em Siem Reap: avião x ônibus

-Onde ficar em Siem Reap, a cidade próxima a Angkor

Felipe Zig
Felipe Zighttps://www.abraceomundo.com/
Felipe Zig é jornalista, fotógrafo e apaixonado por viajar. Depois de conhecer mais de 20 países, decidiu criar o blog “Abrace o Mundo” para dar dicas de viagens e incentivar outras pessoas a viajar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui