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O que fazer no Marrocos: experiências imperdíveis nas cidades mais turísticas do país

O que fazer no Marrocos? A resposta passa por perder-se (de propósito) em medinas labirínticas, tomar chá de menta olhando o vaivém dos souks e cruzar desertos dourados como se estivesse em um filme de aventura. Viajar pelo Marrocos é como abrir um livro de histórias onde cada capítulo tem um aroma diferente — de especiarias, de incenso, de mar salgado — e onde tradição e modernidade convivem lado a lado, sem cerimônia.

Neste texto, vou te mostrar por que o Marrocos encanta quem se deixa levar pelas suas ruas movimentadas, paisagens surreais e experiências únicas. Prepare-se para um roteiro que passa por cidades vibrantes, oásis escondidos, trilhas nas montanhas, noites sob as estrelas e, claro, muitos pratos de tajine no caminho. Vamos nessa?

Cidades do Marrocos: as mais icônicas para o seu roteiro

O Marrocos possui algumas cidades interessantes. Cada uma tem uma personalidade única: algumas são caóticas e vibrantes, outras tranquilas e charmosas. Para te ajudar a escolher (ou para te convencer a esticar a viagem), aqui estão algumas das principais cidades marroquinas que merecem estar no seu planejamento.

Marrakech: o caos encantador

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Medina de Marrakech

Marrakech é provavelmente o destino mais famoso do país — e com razão. A cidade é uma explosão de cores, sons e cheiros que aguçam todos os sentidos. A lendária Praça Djemaa el-Fna é o coração pulsante da cidade, onde encantadores de serpentes dividem espaço com músicos, contadores de histórias e barraquinhas que preparam desde suco de laranja fresquinho até cabeça de carneiro cozida. Tudo ali acontece ao mesmo tempo, sem ensaio, como um teatro de rua espontâneo que nunca fecha as cortinas.

E logo ao lado está a medina, um emaranhado de ruelas estreitas onde se perder faz parte do programa. Próximo a esse labirinto, você encontra joias arquitetônicas como o Palácio da Bahia, com seus salões decorados, tetos de madeira pintada e jardins internos — um grande exemplo da estética andaluza e marroquina. Já a Madraça Ben Youssef, antiga escola corânica, impressiona com seu pátio de mármore e os detalhes em mosaico que cobrem as paredes como se fossem tapeçarias de azulejos. Quando o barulho cansar, o Jardin Majorelle surge como um refúgio inesperado: repleto de plantas do mundo inteiro, o local encanta especialmente pelos tons vibrantes de azul e amarelo que dominam o cenário. Marrakech é assim: caótica, intensa, sedutora — e se você quiser se aprofundar, não deixe de ler nosso texto sobre as principais atrações turísticas de Marrakech.

Fez: um mergulho na Idade Média

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Curtumes de Fez

Se Marrakech parece caótica, Fez é quase um universo paralelo congelado no tempo. Sua medina, considerada a maior zona urbana sem carros do mundo, é um verdadeiro labirinto medieval. Basta alguns minutos caminhando por ali para perceber que a lógica das ruas parece obedecer a outro tipo de mapa, talvez emocional ou espiritual, mas certamente não geográfico. Os becos são estreitos, os caminhos se cruzam de forma imprevisível e, de repente, você se vê diante de um curtume a céu aberto, onde trabalhadores tingem couro em grandes tanques coloridos, como se estivessem pintando um quadro vivo sob o sol. O cheiro é horrível, é verdade, mas a cena é tão autêntica que você dificilmente vai esquecer.

Além dos curtumes, Fez abriga inúmeras oficinas de artesãos que trabalham como seus antepassados faziam séculos atrás, produzindo bolsas e outros produtos de couro, tapetes e objetos em cobre e latão com uma precisão quase hipnótica. As madrassas, antigas escolas islâmicas, são obras-primas escondidas entre muros aparentemente simples. A Madraça Al-Attarine, por exemplo, surpreende com seu pátio ricamente decorado com estuques e mosaicos que parecem bordados em pedra.

Rabat: a capital que surpreende

Kasbah des Oudaias
Muralhas da Kasbah des Oudaias

Pouca gente inclui Rabat no roteiro quando planeja o que fazer no Marrocos, e isso é um grande erro. A capital pode não ter o agito de Marrakech nem o peso histórico de Fez, mas oferece um equilíbrio raro entre tradição e modernidade. Em termos de atrações turísticas, eu diria que é a terceira cidade mais interessante do país. Mas, na minha opinião, é a mais bonita de todas. Rabat tem um charme discreto, uma elegância serena que conquista aos poucos, sem fazer alarde.

A cidade é limpa, organizada e tem um ritmo mais calmo, quase europeu. A Kasbah dos Oudayas é um labirinto de ruazinhas brancas com detalhes em azul, cercada por muralhas e com uma vista incrível para o mar, parece um pedacinho de Mykonos perdido no Norte da África. O Museu Mohammed VI de Arte Moderna, por sua vez, mostra como o Marrocos também sabe ser contemporâneo, com exposições bem curadas. E para quem gosta de símbolos grandiosos, Rabat abriga a Mohammed VI Tower, o prédio mais alto da África inaugurado em 2025, que marca a virada da cidade para um futuro ambicioso. Se quiser saber mais da capital marroquina, leia nosso texto sobre o que fazer em Rabat.

Essaouira: brisa do mar e alma artística

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Barcos azuis no porto de Essaouira

Às margens do Atlântico, Essaouira é um respiro fresco depois de dias nas medinas agitadas do interior. A cidade tem uma medina charmosa, muralhas que lembram castelos medievais e um porto onde os pescadores vendem peixe fresquinho todas as manhãs. Mas o que realmente conquista é o clima descontraído, com artistas de rua, galerias independentes, cafés com música ao vivo e um vento constante que atrai praticantes de kitesurf do mundo todo. Se quiser sentir o lado boêmio do Marrocos, esse é o lugar.

Casablanca: modernidade com alma marroquina

Mesquita de Casablanca
Mesquita de Hassan II em Casablanca

Casablanca não é uma cidade turística no sentido tradicional. Ela é a capital econômica do Marrocos e funciona principalmente como um centro de negócios, com grande movimentação corporativa e infraestrutura voltada para esse tipo de público. Mas isso não significa que não valha a visita. Como a maioria dos voos internacionais chega por lá, você provavelmente vai passar por Casablanca de qualquer maneira. E, nesse caso, vale a pena reservar algumas horas — ou até um dia inteiro, se possível — para conhecer seus principais atrativos.

A cidade tem áreas modernas e muito bem planejadas, com avenidas largas, prédios imponentes e bairros elegantes que revelam um lado do Marrocos bem diferente das medinas antigas. O grande destaque turístico é a Mesquita Hassan II, uma das maiores do mundo, construída parcialmente sobre o mar. É a única mesquita do país que permite a entrada de não-muçulmanos, e impressiona tanto pela grandiosidade quanto pelos detalhes artísticos. Além disso, há o calçadão da Corniche, com cafés à beira-mar e vista para o oceano, e restaurantes sofisticados que mostram como Casablanca também sabe ser cosmopolita.

Tânger: entre dois mundos

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Tanger – Foto: Raúl Cacho Oses / Unsplash

Tânger é uma daquelas cidades que carregam um certo mistério no ar. Localizada no extremo norte do Marrocos, ela está tão perto da Europa que, em dias claros, é possível avistar a costa da Espanha do outro lado do Estreito de Gibraltar. Ao longo da história, Tânger já foi ocupada por fenícios, romanos, portugueses, espanhóis e até foi considerada uma zona internacional e tudo isso deixou marcas. A cidade tem um clima cosmopolita, um pouco europeu, um pouco africano, um pouco coisa nenhuma… e essa mistura é justamente o que a torna tão interessante.

A medina, com suas ruelas brancas e portas azuis, é charmosa e bem menos caótica que as de Fez ou Marrakech. Para quem gosta de curiosidades geográficas, as Grutas de Hércules são uma boa pedida, assim como o Cabo Espartel, onde o Mar Mediterrâneo encontra o Oceano Atlântico.

Chefchaouen: a cidade azul

Chefchaouen
Cidade azul de Chefchaouen

Encravada nas montanhas Rif, no norte do Marrocos, Chefchaouen ficou mundialmente famosa com o Instagram, graças à sua medina inteiramente pintada em tons de azul — das paredes às escadas, das portas às janelas. O impacto visual é marcante, sobretudo em algumas ruazinhas que parecem ter sido planejadas para virar cartão-postal.

Chefchaouen é uma cidade para visita rápida. Em um único dia, é possível explorar quase tudo que ela oferece: caminhar sem pressa pela medina, subir até o mirante da mesquita espanhola para apreciar o pôr do sol nas montanhas e saborear um bom tajine nos restaurantes locais. Como poucos turistas decidem pernoitar por lá, a oferta de hotéis é pequena. A maioria dos visitantes opta por uma excursão bate-volta saindo de Tânger (110 km e cerca de 2h15 de trajeto) ou uma excursão partindo de Fez (200 km e aproximadamente 3h30 de viagem).

Aventura no deserto

Quando se fala em Marrocos, muita gente já imagina dunas douradas, camelos no horizonte e um céu estrelado de tirar o fôlego. E essa imagem não é exagerada. Vivenciar o deserto marroquino é uma das experiências mais marcantes da viagem — um daqueles momentos em que você realmente sente que está do outro lado do mundo.

Deserto do Saara

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Deserto de Erg Chebbi com novo grupo de turistas chegando de camelo

Os dois desertos mais conhecidos entre os viajantes são o Erg Chebbi, próximo à vila de Merzouga, e o Erg Chigaga, mais remoto e selvagem. A maioria dos turistas acaba escolhendo o Erg Chebbi por ser mais acessível e ter boa estrutura para quem quer uma experiência de aventura com conforto. Por lá, é possível fazer passeio de camelo, dormir em tendas estilo berbere, ver o nascer e o pôr do sol do alto das dunas e acordar com o som do silêncio. Se quiser conhecer mais leia nosso texto sobre o passeio no deserto em Merzouga.

Deserto de Agafay

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Nosso passeio de quadriciclo, no tour comum, durou 40 minutos

Agora, se você estiver em Marrakech e não quiser encarar uma longa viagem até Merzouga, existe uma opção mais prática e muito popular: o Deserto de Agafay, que fica a cerca de uma hora da cidade. Diferente dos desertos de areia, Agafay é pedregoso, menos impressionante, mas uma alternativa interessante para quem não poderá chegar ao Saara. Por ser perto, os tours para Agafay geralmente são bate-volta de meio dia, com opções que incluem jantar sob as estrelas, música ao vivo e até passeio de quadriciclo. É uma ótima alternativa para quem está com pouco tempo ou viajando com crianças, por exemplo. Para saber mais e ver as dicas leia nosso texto sobre os tours no Deserto de Agafay.

Outras dicas do Marrocos

Agora que você já sabe o que fazer no Marrocos, veja nossas outras dicas práticas para aproveitar a viagem com mais conforto e menos perrengue.

Seguro Viagem

Seguro viagem é aquele item que a gente torce para não usar, mas é melhor não arriscar ficar sem. Ele pode ser muito útil em casos de imprevistos médicos, cancelamentos ou extravios e no Marrocos, onde o sistema de saúde público não atende estrangeiros, é mais do que recomendado. Recomendamos o Seguros Promo, onde você encontrará várias opções de seguros e ótimos preços. Compare os tipos e escolhe a opção que mais combine com você. Ganhe 5% de desconto com o cupom ABRACEOMUNDO5 e mais 5% se pagar com boleto ou PIX.

Internet no celular

Outro ponto importante é a conexão à internet, que faz toda a diferença na hora de chamar um táxi ou Uber, consultar mapas ou até ver horários de funcionamento. Você pode comprar um chip local de dados direto no aeroporto, com empresas como Maroc Telecom, Orange e Inwi, que oferecem pacotes bem acessíveis. Outra opção é comprar um chip internacional, mas eles nem sempre funcionam tão bem como os chips locais.

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Internet no celular é essencial para acompanhar os mapas no Marrocos

Tomadas

Sobre as tomadas do Marrocos, elas seguem os padrões do tipo C e E, com voltagem de 220V. A boa notícia é que, em geral, os equipamentos brasileiros se encaixam sem problemas, já que o pino redondo padrão europeu é bastante comum por lá. Mas vale levar um adaptador de tomada universal, especialmente se você for visitar áreas mais remotas. Na minha experiência, usei meu carregador em todos os lugares sem dificuldade, com uma única exceção: no acampamento no deserto do Saara, a tomada era mais antiga e meu plugue simplesmente não encaixava. Foi aí que o adaptador me salvou. Se você ainda não tem um, recomendo levar um desses na mala. Aqui vai um link útil para comprar o seu: Adaptador universal de tomadas.

Outros textos sobre o Marrocos

E se quiser se aprofundar nos destinos marroquinos, temos textos específicos sobre o que fazer em Marrakech, o que fazer em Rabat, como é o tour ao Deserto do Saara em Merzouga e o dicas sobre passeios no Deserto de Agafay — todos cheios de detalhes e dicas práticas para quem quer explorar o país com os próprios pés (e olhos bem abertos).

Felipe Zig
Felipe Zighttps://www.abraceomundo.com/
Felipe Zig é jornalista, fotógrafo e apaixonado por viajar. Depois de conhecer mais de 20 países, decidiu criar o blog “Abrace o Mundo” para dar dicas de viagens e incentivar outras pessoas a viajar.

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