Em 2021, a Vesperata Diamantina comemorará 25 anos de música e tradição cultural no antigo Arraial do Tejuco. Apesar de ter apenas um quarto de século, sua origem remonta ao passado colonial da cidade, em uma época que as irmandades religiosas tinham como foco consolidar e assegurar a música como instrumento cultural daquele período.
Segundo estudos, as festividades religiosas investiam em celebrações cantadas, como ladainhas, alvoradas e até mesmo missas e cultos. Por volta do século 19, o bispado de Diamantina começou a interferir na conduta destes músicos, que optaram por difundir o ofício musical sem intermédio da igreja.
A partir disso, a música ganhou contornos mais populares se aproximando das serestas, boleros e, posteriormente, do samba. Já em meados da década de 1990, a tradição foi recuperada, ganhando inclusive prêmios de sustentabilidade cultural do Ministério do Turismo.
Também foi reconhecida pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) como patrimônio cultural do estado. A importância da Vesperata para Diamantina se tornou tão grande, que há turistas que visitam a cidade apenas para presenciá-la.
Conheça, neste artigo, mais detalhes sobre a tradicional Vesperata Diamantina.
O retorno da Vesperata em Diamantina como evento do século 20
Ainda que vinculada à religiosidade local, o ressurgimento da Vesperata em Diamantina está ligada intimamente aos militares. Isso porque foram eles os responsáveis pela popularização de um evento chamado “O Ano da Meia Noite”, que tocava uma antiga partitura italiana de mesmo nome.
O musical acontecia, na virada do século 19 para o 20, em um coreto situado em frente à prefeitura da cidade. Porém, o espaço foi se tornando pequeno para a apresentação da banda completa, que, por decisão do maestro, acabou posicionada em diversas sacadas do centro histórico.
A partir dessa ideia, para pleitear o posto de Patrimônio Cultural da Humanidade, Diamantina decidiu resgatar o evento, dando a ele o seu primeiro nome: Vesperata.
Vinte e cinco anos depois, a Vesperata Diamantina se tornou um evento único em Minas Gerais e um dos mais tradicionais do segmento no Brasil. Com música ao ar livre, ela amplia a cultura colonial mineira agregando à música, gastronomia e imersão histórica.
Além disso, a proposta da Vesperata se mostra democraticamente ampla, visto que é possível apreciá-la sentado às mesas da Rua da Quitanda, nas calçadas ou casarões do centro histórico.
Mesas e ingressos para a Vesperata Diamantina
Por ter se tornado o principal evento musical da cidade, o número de turistas interessados em apreciar o festival é crescente. O espetáculo acontece sempre em datas divulgadas pelo poder público, aos sábados, durante os meses menos chuvosos.
Entre abril e novembro, o concerto ao ar livre dispõe mesas e cadeiras dos restaurantes e bares nas ruas. Para cada apresentação, a Vesperata Diamantina reúne cerca de mil pessoas.
O calendário de 2021 já foi divulgado pela prefeitura municipal. Devido ao cenário da pandemia de Covid-19, a expectativa para o próximo ano é a ocupação de 60% deste espaço, gerando uma procura ainda maior nas datas do evento. Contudo, é necessário acompanhar pelo site oficial as atualizações, visto que, em condições normais, são apenas 138 mesas.
A programação completa está definida para os seguintes dias:
- 10 e 17 de abril
- 15 e 29 de maio
- 12 e 19 de junho
- 03, 17 e 31 de julho
- 14, 21 e 28 de agosto
- 18 e 25 de setembro
- 09 e 16 de outubro
A aquisição de mesas podem ser realizadas pelo site Sympla, contudo os preços de 2021 ainda não foram divulgados. A Vesperata Diamantina 2020 teve valores variando entre R$ 135, mesa para três pessoas, a R$ 225, para cinco.
A apresentação também pode ser acompanhada de pé, nas proximidades do largo. Contudo, a quem adquire as mesas, há serviço de garçom para atendimento exclusivo.
Programação adicional nos dias de evento
Durante todos os finais de semana em que acontece a Vesperata Diamantina, a cidade prepara atrações adicionais aos turistas. Dentre as principais, estão as serestas pelas ruas e as apresentações musicais que ocorrem no Mercado Velho.
Aos sábados, pela manhã, o Mercado Velho é ocupado com uma feira de artesanato local e, aos domingos, acontece o Café no Beco e o Sarau da Arte Miúda. Enquanto o primeiro investe na interação de turistas e moradores nas primeiras horas do dia, o Sarau é realizado na Igreja São Francisco e apresenta chorinhos e serestas num concerto de crianças e jovens estudantes.
Onde hospedar próximo à Vesperata em Diamantina
Por conta das estruturas de hospedagens mais modestas, a recomendação é reservar uma pousada ou hotel em Diamantina com bastante antecedência. Primeiramente, porque as opções mais próximas da Rua da Quitanda, onde acontece a Vesperata, costumam se esgotar muitos meses antes.
Dentre as principais hospedagens próximas ao evento, estão o Pouso da Chica, a Pousada Relíquias do Tempo e, um pouco mais distante, o Hotel do Tijuco. Para aqueles que não fazem questão de se hospedar no coração da cidade, a Pousada do Garimpo fica a cerca de 1 km do centro.
Para conhecer as principais opções, acesse nosso artigo exclusivo sobre onde hospedar em Diamantina.
Foto de destaque: Estrr – Flickr (CC BY-NC-ND 2.0) |